“Queremos
nossa libertação integral e só contamos conosco para obtê-la; eis por que, em
vez de seguir bajuladores do povo, sempre impotentes e amiúde traidores tão
logo o sufrágio levou-os ao poder, só vemos política verdadeira na propaganda
das ideias de solidariedade entre todos os trabalhadores e da necessidade de
agrupar federativamente todas as forças proletárias, impotante enquanto
permanecerem isoladas.”
Benoît Malon (na página 52)
O sindicalismo governista e
institucionalizado deixou no esquecimento as memórias e as histórias da classe
trabalhadora. As oposições sindicais ao sindicalismo dominante pouco tem adesão
das bases e do acúmulo das conquistas, derrotas e
debates da história de luta. Estas considerações surgiram com a leitura do livro “A
Internacional: sua história e seus princípios”, do escritor e militante
internacionalista Benoît Malon (1841-1893).
A obra memorialística era inédita
nos círculos sindicais e libertários brasileiros, mesmo datando originalmente da
segunda metade do século XIX. A apresentação do livro é escrita pelo
historiador Alexandre Samis, que traça a trajetória do francês Malon, que dedicou
sua vida simples e operária a luta, como muitos filiados a Associação
Internacional dos Trabalhadores (AIT, Iª Internacional), fundada em 1864.
O autor está não busca escrever a
história definitiva da Associação Internacional dos Trabalhadores. O autor apresenta pluralidade de linhas políticas na AIT. Outro ponto é
a rápida apresentação das características regionais que cada secção filiada e
as linhas políticas influentes em determinadas regiões. Diversidade que
produziam elementos para distintas interpretações da realidade, táticas e ações em defesa da classe operária. Malon, não se prepõe a debater a cisão e o
racha entre o grupo formado por centralizadores e os coletivistas, o primeiro
alimentaram a linha autoritária, o segundo a tendência autonomista e
libertária.
No contexto atual com as entidades
sindicais viciadas. Muitas não representam a cultura política formadas na AIT. O que torna-se fundamental pensar e construir um
novo sindicalismo pautado na perspectiva classista, combativa e de base, onde a
defesa e a luta da classe operária caibam o máximo de irmãos e irmãs dominadas
para realização de um mundo baseado na justiça social, liberdade e igualdade.
A
Internacional: sua história e seus princípios. Benoît Malon. Editora Imaginário
e Instituto de Estudos Libertários. São Paulo, setembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário