segunda-feira, 5 de março de 2012

Quando a memória e a história estão em cena

Em 2012, a Dionisos Teatro completa 15 anos de existência. O grupo programou uma intensa agenda de atividades comemorativas.
A peça "Migrantes" marca a estreia da programação dos 15 anos. E, sem sombra de dúvidas, a peça é um poderoso encontro com da memória e da história com o teatro.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A difícil condição de leitor em Joinvas #01

Eu precisava comprar um livro e escolhi a Livraria Curitiba, no Garten, por questão de facilidade para retirada do livro, pois a minha companheira trabalha no Shopping. Eu fui à Livraria com a intenção de comprar um livro no valor de R$ 90,00, que teria um abatimento de 10% no preço final, já que sou professor. Procurei uma vendedora, como não encontrei nenhuma conhecida, solicitei a ajuda da primeira que abriu um sorriso com honestidade.

O meu objetivo foi pedir o livro e pagar a vista, na condição de professor, mas a loja não tem autorização de receber antecipadamente por um produto encomendado (A minha companheira explicou que é o procedimento adotado por muitas lojas). Até aí, tudo bem. Eu perguntei se poderia fazer a encomenda do livro, sem pagar antecipadamente, mas que o livro fosse pago e retirado por minha companheira. A gerente mais uma vez foi taxativa: "Não é possível". Nem esboçou um sorriso simulando um pedido de desculpas.

O fato é que sou “cliente” (encontro uma palavra melhor) da Livraria Curitiba. Eu compro com freqüência, utilizando o meu "direito" ao desconto. A Livraria poderia pensar nesse "cliente", poderia atender os clientes assíduos com mais cuidado (Evito o uso da palavra competência), como professores e professoras de modo geral. Como em muitas lojas de roupas, onde o cliente é cadastrado e acaba criando uma relação de “confiança” entre consumidor (achei uma palavra melhor) e o comércio. O preocupante é que a prática não é somente da Curitiba, também é da Livraria Midas.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Teatro comunitário em Joinvas

O teatro comunitário tem um papel fundamental no surgimento de novos trabalhadores no teatro local e, principalmente, na formação de novos públicos. Por isso, ao receber o convite do jornal A notícia (sim, um dos representantes da "grande mídia" local) para sugerir uma pauta na edição comemorativo dos 89 anos do jornal, não pensei duas vezes, indiquei as experiências de teatro comunitário do Itinga, do Iririú e do Costa e Silva.

Leia a reportagem sobre as três vivências comunitárias do fazer teatral: Itinga, Iririú e Costa e Silva.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sexta-feira é o dia da libertação

A sexta-feira é o dia da libertação. Faço a afirmação por da rapaziada que deixa o trampo para falar mal do patrão na mesa do bar. Porém, próxima sexta-feira será um pouco diferente para o fragemento da classe trabalhadora que não se considera peão. Pois lembro que os ciclistas insurgentes ocuparão as ruas com a primeira edição do ano evento Massa Crítica. Então, antes de beber, tome cuidado, ao lado do seu carro estará um grupo pedalando suas zicas pelas ruas centrais. 

Aviso: Depois de beber? Tome mais cuidado, quem sabe a "puliça" resolva aplicar uma multa e te levar em cana você, honesto motorista embriagado.

Mais info, aqui.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

54 anos da estreia da peça Eles não usam Black-Tie

Eles não Usam Black-Tie , 1958
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo
Registro fotográfico Hejo (Fonte)
Na semana passada comecei a ler o livro "A História vai ao cinema", organizado por Mariza de Carvalho Soares e Jorge Ferreira. O livro é uma reunião de artigos de historiadores e historiadoras conceituados-as no mundo acadêmico. Ao contrário do que se espera, os artigos não são acadêmicos, mas buscam dialogar com o público de cinema. Os filmes escolhidos são brasileiros, produzidos entre os anos de 1976 a 1998. Entre os filmes estão "Eles não usam Black-Tie", de Leon Hirszman, de 1981. O historiador Carlos Fico comenta o filme fazendo uma ponte com a produção teatral, o texto foi escrito par ao teatro. Em razão do dia de hoje - 22 de fevereiro - completa 54 anos da estreia da peça Eles não usam Black Tie, no Teatro de Arena, na cidade de São Paulo. Por isso, deixo duas considerações de Carlos Fico sobre a peça.

O contexto brasileiro no final da década de 1950:

“No Final dos anos de 1950 o Brasil era governado pelo Juscelino Kubitscheck (1956-1961), presidente da República que expressou a vitória do modelo industrializante apoiado pelo capital estrangeiro e que propunha mudanças estruturais profundas e aceleradas, baseadas na criação de um setor industrial dinâmico. Porém, as circunstâncias históricas que mais diretamente parecem presentes na peça são anteriores ao governo JK. Desde 1930 uma questão preocupava todos: a irrupção na cena política, das massas populares urbanas. Aqui não cabe discutir as teses sobre  a institucionalização das relações entre Estado, empresariado e operários, o corporativismo posterior a 1937, ou o populismo de Getúlio Vargas, que mesclava o reconhecimento de direitos dos trabalhadores com graus diversos de manipulação política. O fato é que “povo” estava na ordem do dia. Tanto quanto as discussões sobre o que era popular e o que era nacional. Os intelectuais do período buscavam explicar o Brasil, redescobri-lo, conforme detectou Carlos Guilherme Mota, e transitaram de uma consciência amena do atraso para a trágica percepção do subdesenvolvimento, conforme anotou Antonio Cândido. Portanto, inserir “povo” na cena cultural correspondia aos anseios de modernização e desenvolvimento do Brasil, na medida em que, assim, praticar-se-ia uma arte genuinamente nacionais.” Página 127-8

A importância da peça "Eles não usam Black-Tie":

“Mas a peça tem uma grande importância na história do teatro brasileiro. Em primeiro lugar, sublinhou a existência de uma dramaturgia de cunho social, que punha em cena a classe operária, definindo parâmetros para um novo tipo de teatro urbano no Brasil. Não se pense que a vida social das cidades estivesse ausente dos palcos nacionais, mas agora falava-se da cidade tipicamente capitalista, industrial, e o operário, sujeito histórico novo no cenário político brasileiro. Ademais, o panorama teatral brasileiro quando da estréia de Black Tie era dominado pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), companhia que alternava montagens comerciais e obras do repertório clássico, dando preferência a autores estrangeiros. Segundo Sábato Magaldi, “no começo a Arena era um TBC pobre, sem muita diferença na escolha das peças”. Foi com a bem-sucedida peça de Guarnieri que o Teatro de Arena encontrou o seu rumo, criando, inclusive, um Seminário de Dramaturgia que, se não chegou a gerar textos definitivos, colaborou bastante para o surgimento de um “jeito brasileiro” de escrever teatro, de conceber peças que falassem diretamente com o público.” Página 126





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mumia Abu-Jamal

Na minha adolescência, um homem negro atrás das grandes do sistema penitenciário americano me abriu os olhos para outra questão dos direitos humanos. O nome dele é Mumia Abu - Jamal, que baseado em argumentos racistas e políticos foi colocado no temido corredor da morte nos EUA. 

Na época pré-internet, as notícias do caso Mumia chegavam por meio de zines, artigos perdidos em revistas de esquerda e discos de bandas punks. É muito louco de pensar que no meio da década de 1990, sem uma vivência política organizada, num pequeno grupo de adolescentes circulavam informações sobre Mumia. Toda a luta pela sua libertação foi fundamental para modificar o meu olhar sobre o sistema penitenciário, pois no lugar onde morava corria um ódio doentio para qualquer "vagabundo" que estivesse atrás das grades.

15 anos depois, fico por longos minutos observando a fotografia atual de Mumia Abu-Jamal, que ao lado de duas lutadoras por sua liberdade, expressa um sorriso libertador.

Leia um relato sobre o momento da foto, aqui.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Eu no Chuva Ácida

O blog "Chuva Ácida" é um espaço virtual baseado na pluralidade para debater "ás margens do Rio Cachoeira". O jornalista Felipe Silveira, membro do Coletivo do Chuva Ácida, fez o convite para escrever um texto e publicar no espaço virtual. 

O meu texto apresenta uma discussão introdutória sobre um possível Conselho de Usuários e Usuárias do Transporte Coletivo. Clique aqui para ler.

Por Maikon K

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Coletivo Anarquista Bandeira Negra

O anarquismo organizado e combativo está com dois núcleos em Santa Catarina, um em Floripa e outro em Joinvas. Eu não gosto de reduzir textos, mas como estou inserido na construção do anarquismo, vejo como necessário a publicação do informe:

"No dia 11 de Fevereiro de 2012, militantes da Organização Dias de Luta, de Joinville/SC, reuniram-se com membros do Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN), de Florianópolis, com o objetivo de aproximar as duas organizações. Os debates trataram das afinidades existentes em torno do anarquismo organizado de tipo especifista, inserido nas lutas sociais, e a necessidade de um conteúdo programático e organizativo que envolva diferentes cidades do estado de Santa Catarina.


Decidimos então que a Organização Dias de Luta deixa de existir e as duas organizações a partir de então reúnem-se no Coletivo Anarquista Bandeira Negra, que passa a possuir dois Núcleos: Joinville e Florianópolis. O jornal Palavras de Luta passa a ser o informativo do CABN, veículo de propaganda com o objetivo de informar os caminhos das lutas sociais nas duas cidades nucleadas e propagandear as produções teóricas em torno do anarquismo. 


Nos próximos meses ampliaremos os debates construtivos ao anarquismo em nossa região, ampliando laços com outras organizações e apoiados em atuações efetivas nos movimentos sociais combativos, fortalecendo suas lutas e buscando sempre a construção de um verdadeiro Poder Popular: construído a partir da base, com democracia direta, horizontalidade, federalismo e autogestão.


Aproveitamos o momento para reafirmarmos os princípios e aproximação político-ideológica ao Fórum do Anarquismo Organizado (FAO) e suas organizações."



Fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A "grande mídia" local

A “grande mídia” local insiste representar imagens da FLPT de modo equivocado. Quando aborda o tema o tom é cheio de vícios conservadores, diminui o poder de mobilização e o acúmulo de debates sobre o Projeto Tarifa Zero. Ao colocar o rótulo “Estudantes manifestaram contra o transporte público” ou “Podem protestar, mas com disciplina” as linhas políticas dos jornais ficam evidentes, como se fosse necessário conter as manifestações de oposição a ordem econômica e social constituída na cidade da “ordem”, da “paz social” e do “trabalho”.

Faço a afirmação por saber que as atividades da FLPT não são constituídas somente por estudantes, é também feita por trabalhadores de diferentes campos de atuações, também não é essencialmente masculina, as mulheres jovens e adultas estão na luta. A FLPT não é contra o transporte público, mas contrária ao atual modelo de transporte, que, definitivamente, não é público. Ou seja, até o presente momento, a “grande mídia” da cidade funciona a serviço dos interesses dos seus parceiros da iniciativa privada e da PMJ. 

No presente contexto, nos resta é contar com espaços de não jornalismo, como o blog Chuva Ácida e outras redes sociais. Os poucos canais de comunicação tratam o tema com seriedade, como o Portal Joinville ou com as iniciativas individuais de jornalistas, mas estes estão à mercê dos interesses comerciais do mercado das notícias.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um lugar para pesquisar.

Em 2005, ou 2006 ? Pouco importa. Eu realizei a organização do material de arquivo e memória do Centro de Direitos Humanos “Maria da Graça Braz”. O trabalho não foi digno de um Indiana Jones: não subi em pirâmides, não comi cérebro de macacos ou lutei com terríveis nazistas. Passei quatro dias por semana no sótão da entidade, por quase dois meses.

No sótão separei livros clássicos do pensamento e ação de esquerda dos anos 1980, era tanta coisa. Eu imaginava o impacto de ler um livro daqueles em pleno período de abertura para a democracia representativa, o leitor terminava a última página e já gritava a "plenos pulmões" nas ruas de Joinvas. Pilhas e mais pilhas de fotografias de atividades comunitárias, enfretamentos com o Estado, agitações sindicais e das ocupações urbanas e rurais. Atas, documentos, manifestos e ...

O acervo vale a pena receber uma nova organização e ter sua abertura para pesquisa na intenção da historicização dos direitos humanos na cidade da “ordem”.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ciclistas insurgentes

Joinvas já pregou forte no culto ao objeto, a bicicleta. Chegou o momento de destruir de vez com esse culto. 

Os ciclistas são trabalhadores e estudantes que estão inseridos na lógica perversa da cidade capitalista.

A questão é que precisamos estimular o espírito insurgente anti-capitalista nos ciclistas da cidade, pois pedalar é uma condição de classe. Ainda mais que, em Joinvas, 11% dos deslocamentos aocntecem com as zicas. E, não podemos deixar de lado, o fato que entre os 11% estãos os homens e as mulheres que são aniquilidas pelo capital.

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