tag:blogger.com,1999:blog-91366373246505155742024-03-13T19:10:34.368-03:00Notas de classe.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.comBlogger46125tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-88424765048789091202016-05-31T20:34:00.004-03:002016-05-31T20:34:59.700-03:00Publico o Projeto Lei Ordinária - 221/2014 da vereadora Pastora Léia, do PSD. <div class="MsoNormal">
O projeto pretende instituir no sistema municipal de ensino de
Joinville, o "Programa Escola sem Partido". </div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Título:Projeto Lei Ordinária - 221/2014<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br />Art. 1º Fica criado, no âmbito do
sistema municipal de ensino de Joinville, o "Programa Escola sem
Partido", atendidos os seguintes princípios:</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
I - neutralidade política, ideológica e religiosa do
Município;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
II - pluralismo de ideias no ambiente acadêmico;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
III - liberdade de aprender, como projeção específica, no
campo da educação, da liberdade de consciência;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
IV - liberdade de crença;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
V - reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte
mais fraca na relação de aprendizado;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
VI - educação e informação do estudante quanto aos direitos
compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
VII - direito dos pais a que seus filhos menores recebam a
educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Art. 2º É vedada a prática de doutrinação política e
ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória,
de conteúdos que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou
morais dos estudantes ou de seus pais ou responsáveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
§ 1º Tratando-se de disciplina facultativa em que sejam
veiculados os conteúdos referidos na parte final do caput deste artigo, a
frequência dos estudantes dependerá de prévia e expressa autorização dos seus
pais ou responsáveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
§ 2º As escolas confessionais, cujas práticas educativas
sejam orientadas por concepções, princípios e valores morais, religiosos ou ideológicos,
deverão obter dos pais ou responsáveis pelos estudantes, no ato da matrícula,
autorização expressa para a veiculação de conteúdos identificados com os
referidos princípios, valores e concepções.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
§ 3º Para os fins do disposto nos parágrafos 1º e 2º deste
artigo, as escolas deverão apresentar e entregar aos pais ou responsáveis pelos
estudantes material informativo que possibilite o conhecimento dos temas
ministrados e dos enfoques adotados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Art. 3º No exercício de suas funções, o professor:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
I - não abusará da inexperiência, da falta de conhecimento
ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela
corrente político-partidária;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de
suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta
delas;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
III - não fará propaganda político-partidária em sala de
aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e
passeatas;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
IV - ao tratar de questões políticas, socioculturais e
econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa ? isto é, com a mesma
profundidade e seriedade ?, as principais versões, teorias, opiniões e
perspectivas concorrentes a respeito;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
V - salvo nas escolas confessionais, deverá abster-se de
introduzir, em disciplina ou atividade obrigatória, conteúdos que possam estar
em conflito com as convicções morais, religiosas ou ideológicas dos estudantes
ou de seus pais ou responsáveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Art. 4º As escolas deverão educar e informar os alunos
matriculados no ensino fundamental e no ensino médio sobre os direitos que
decorrem da liberdade de consciência e de crença asseguradas pela Constituição
Federal, especialmente sobre o disposto no artigo 3º desta lei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
§ 1º Para o fim do disposto no caput deste artigo, as
escolas afixarão nas salas de aula, nas salas dos professores e em locais onde
possam ser lidos por alunos e professores, cartazes com o conteúdo e as
dimensões previstas nos Anexos desta Lei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
§ 2º Nas instituições de educação infantil, os cartazes
referidos no parágrafo 1º deste artigo serão afixados somente nas salas dos
professores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Art. 5º A Secretaria Municipal de Educação promoverá a
realização de cursos de ética do magistério para professores da rede pública,
abertos à comunidade escolar, a fim de informar e conscientizar os educadores,
os estudantes e seus pais ou responsáveis, sobre os limites éticos e jurídicos
da atividade docente, especialmente no que se refere aos princípios referidos
no art. 1º desta lei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Art. 6º A ouvidoria do município comunicará a Secretaria Municipal
de Educação as reclamações relacionadas ao descumprimento desta lei, assegurado
o anonimato.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Parágrafo único. As reclamações referidas no caput deste
artigo deverão ser encaminhadas ao órgão do Ministério Público, incumbido da
defesa dos interesses da criança e do adolescente, sob pena de
responsabilidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Art. 7º Esta lei
entrará em vigor na data de sua publicação.<o:p></o:p></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-21451396583375346772016-03-28T21:50:00.000-03:002016-03-28T22:13:41.514-03:00Notícias 03/2016.<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">Uma modesta reunião de notícias, entrevistas, artigos, etc. O objetivo da reunião é oferecer diferentes recortes sobre os acontecimentos no Brasil e no mundo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">O blog está aberto para sugestões e dicas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">Bons estudos, meus queridos e minhas queridas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="background: white; color: #141823; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">| Relações entre Cuba e EUA |<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="background: white; color: #141823; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-Z64e0GQkLnk/VvnWHe6gy_I/AAAAAAAACYA/j8VDhg4qAZU0zBh44eDJW5ZGpSWiL6o8Q/s1600/fd6f54_e625f6aac4cc407d9949ec589d2ba7ab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://2.bp.blogspot.com/-Z64e0GQkLnk/VvnWHe6gy_I/AAAAAAAACYA/j8VDhg4qAZU0zBh44eDJW5ZGpSWiL6o8Q/s320/fd6f54_e625f6aac4cc407d9949ec589d2ba7ab.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Fotografia expressiva com dois símbolos da política do continente americano. O Che,referência do povo latino americano, e Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. (fonte <a href="http://www.novacultura.info/#!Fidel-O-irm%C3%A3o-Obama/c216e/56f933ee0cf2e1f8bbc03e2f" target="_blank">aqui</a>)</span></div>
<b><span style="background: white; color: #141823; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background: white; color: #141823; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Beisebol, diplomacia e tragédia – por Leonardo
Padura, um dos grandes nomes da literatura cubana. (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/18/opinion/1458323986_096892.html" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background: white; color: #141823; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Cuba e a discussão sobre os possíveis presos
políticos. (<a href="http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160322_cuba_presos_tg" target="_blank">aqui</a>) <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Reportagem
sobre a coletiva de imprensa (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=5XEz4J4PTF8" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>Obama em Havana e Fidel em Nova York (<a href="http://blogdaboitempo.com.br/2016/03/21/obama-em-havana-e-fidel-em-nova-york/" target="_blank">aqui</a>)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">O
jornalismo livre que começa a brotar em Cuba (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/22/internacional/1458601571_556066.html" target="_blank">aqui</a>)</span></i><br />
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">O Irmão Obama (<a href="http://www.novacultura.info/#!Fidel-O-irm%C3%A3o-Obama/c216e/56f933ee0cf2e1f8bbc03e2f" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">|
Crise política em 2016 |<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">A
visão do historiador José Murilo de Carvalho (<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/552802-tudo-pode-acontecer-ate-um-serio-conflito-social-diz-historiador-sobre-crise-politica" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Reflexos
intolerantes nas escolas (<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/552811-professora-opina-sobre-politica-e-execrada-no-facebook-e-deixa-colegio-medianeira" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Diferentes
olhares sobre a crise política (<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/552803-boaventura-brasil-ainda-pode-evitar-o-novo-golpe" target="_blank">aqui</a> e<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/552789-a-radicalizacao-politica-da-qclasse-mediaq" target="_blank"> aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="color: red; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Impeachment
artificial faz Brasil abrir fraturas expostas a cada dia (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/12/politica/1457741166_830656.html?id_externo_promo=ep-ob&prm=ep-ob&ncid=ep-ob" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">A
voz da periferia insatisfeita que (ainda) não foi protestar contra Dilma e o PT (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/13/politica/1457907975_948644.html?id_externo_rsoc=FB_CM" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="color: red; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Lava
Jato testa seus limites legais (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/19/politica/1458346404_939794.html" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Acima
dos muros (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/28/opinion/1459169340_306339.html" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Análise
política da última semana de março (<a href="https://estrategiaeanaliseblog.wordpress.com/2016/03/26/analise-politica-da-semana-o-brasil-a-caminho-de-um-golpe-institucional/" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">|
Estado Islâmico, ISIS e terrorismo |<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Diferentes artigos e notícias sobre o atentado na Bélgica (<a href="http://brasil.elpais.com/tag/atentado_bruselas_22_m/a/" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>A nova normalidade (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/27/internacional/1459109847_727762.html" target="_blank">aqui</a>)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 18.4px;"><i>Por que a Bélgica se tornou alvo dos terroristas (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/22/internacional/1458645253_307389.html" target="_blank">aqui</a>)</i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 18.4px;"><i><br /></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 18.4px;"><i>Atentado terrorista no Paquistão mata 72 pessoas (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/27/internacional/1459092603_755944.html" target="_blank">aqui</a>)</i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"> </span><b><span style="line-height: 115%;">|
Imigrações, refugiados e direitos humanos |</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>As rotas de imigração no mediterrâneo (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=osmvYRApLqE" target="_blank">aqui</a>)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>O cemitério dos imigrantes sem nome (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/25/internacional/1458932541_917623.html" target="_blank">aqui</a>)</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">|
Arte e Sociedade |</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Especial
trata de conexões de países latino-americanos com dispersão de obras durante a
2ªGuerra (<a href="http://m.cultura.estadao.com.br/noticias/artes,especial-trata-de-conexoes-de-paises-latino-americanos-com-saque-de-obras-durante-a-2-guerra,10000022717" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">| Ditaduras nos países latino-americanos |</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Obama
admite que EUA “demoraram a defender os direitos humanos” na América Latina (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/24/internacional/1458830064_618486.html" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Como
a ditadura militar agia nas favelas do Rio de Janeiro (<a href="http://www.ceert.org.br/noticias/politica-no-brasil/10905/como-a-ditadura-militar-agia-nas-favelas-do-rio-de-janeiro" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Como
a ditadura perseguiu militantes negros (<a href="http://www.ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/8389/como-a-ditadura-perseguiu-militantes-negros" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>Pesquisas mostram que resistência à
ditadura não foi apenas de pequenos grupos (<a href="http://www.ceert.org.br/noticias/politica-no-brasil/7918/pesquisas-mostram-que-resistencia-a-ditadura-nao-foi-apenas-de-pequenos-grupos" target="_blank">aqui</a>)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>Milhares de argentinos vão às ruas nos 40 anos do golpe (<a href="http://www.brasildefato.com.br/node/34572" target="_blank">aqui</a>)</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">|
Violências |<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Violência
policial: uso e abuso (<a href="http://blogdaboitempo.com.br/dossies-tematicos/violencia-policial/" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">A
política está sendo instrumentalizada pela política (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/23/politica/1458762769_909779.html" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><i>Reações diversas da PM em protestos, fator de risco
em meio à polarização (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/23/politica/1458756387_712849.html" target="_blank">aqui</a>)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="line-height: 115%;"> </span></b><b><span style="line-height: 115%;">|
Gênero e feminismo |</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Às que viveram antes de nós: histórias do Dia Internacional das Mulheres (<a href="http://blogdaboitempo.com.br/2016/03/07/as-que-vieram-antes-de-nos-historias-do-dia-internacional-das-mulheres/" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"> </span><b><span style="line-height: 115%;">|
Religiosidade e intolerância |</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Estado
de espírito – reportagem especial sobre as práticas religiosas em Santa
Catarina (<a href="http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/dc_questao_de_fe_22/tablet/index.html" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">|
Eleições nos EUA |</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Eleições nos Estados Unidos (<a href="http://brasil.elpais.com/tag/elecciones_eeuu_2016/a/" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Não
há motivos para tanta raiva nos EUA (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/21/cultura/1458574326_016768.html" target="_blank">aqui</a>)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">Trump sempre foi Trump (<a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/18/internacional/1458329545_573629.html" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; line-height: 115%;">O discurso político de Sanders (<a href="http://www.brasildefato.com.br/node/34396" target="_blank">aqui</a>)</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-24465638743887346442016-02-02T11:21:00.000-02:002016-02-02T11:25:39.062-02:00Sobre o lazer das mulheres e o carnaval em Joinville/Sc<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">Lendo a dissertação de mestrado </span></i><i><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">A
CIDADE DA ORDEM : TENSÕES SOCIAIS E CONTROLE ( JOINVILLE 1917/1943), de Iara
Andrade Costa, encontrei um fragmento emblemático para semana que antecede o
carnaval na cidade do prefeito/patrão Udo. É curiosa a permanência em certos aspectos dos anos de 1920 em pleno 2016. </span></i></div>
<div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; margin-bottom: 0.0001pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Enquanto se elogiavam as
festas (<i>nota: da colheita e religiosas</i>), que eram raras, mas vividas
intensamente ao lado do trabalho e da disciplina, criticava-se, por outro lado,
os hábitos do "footing" aos domingos, onde as moças desfilavam
"durante a tarde inteira" ao redor das praças centrais, com toalete a
rigor e onde não se costumava repetir os trajes .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Para um articulista da
época, isto demonstrava a frivolidade das moças e só lhes trazia prejuízo e
desdém pois, segundo ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">... afugentam de si qualquer
inclinação séria, que por ventura tenham inspirado para um fim nobre, porque
não há rapaz algum, sério e bem intencionado, que não receie unir o seu destino
ao de uma jovem, que gosta de exibir-se a ponto de passar horas inteiras,
perambulando pelas ruas, numa vadiação inconseqüente, quando podia empregar
muito mais a propósito, tempo tão precioso, no preparo e no arranjo do seu lar,
do conforto dos seus, aprofundando a sua instrução, ajudando nesses mil
pequenos nada, em que uma moça ou uma senhora sempre pode se ocupar, seja qual for
a fortuna que Deus a brindou. ... </span></i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">O importante, e o que se
valorizava era o trabalho produtivo. O lazer das cidades brasileiras, como o
"footing", o carnaval, onde se "brinca " quatro dias e
depois disso a cabeça do trabalhador "anda a roda", era vista como
sintoma da desordem. Valorizava-se os bailes públicos por serem mais
controlados, tanto na ordem como na harmonia e animação. O corso foi sempre uma
tentativa de tornar o carnaval da região mais popular, mas na imprensa </span><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12pt;">sempre apareceu com uma nota
de repúdio pelo seu "caráter" de bagunça, desorganização e provocador
de acidentes por conta da imprudência dos "foliões ".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">A elitização do carnaval de
salão, aqui sempre foi uma constante, assim como a queixa de falta de lazeres
públicos, principalmente nos finais de semanas chuvosos, quando a tristeza, a
"falta do que fazer" imperava na cidade. Em 1928, noticiava-se a
ausência de carnaval nas ruas. <i>"Este ano pelo que parece não haverá
carnaval de rua com cordões carnavalescos, blocos, ranchos para quebrar as "monotonias
" das ruas, pois faltam só dois dias e nada se fala, a não ser nos
carnavais de salões que pelo que tudo indica, já é alguma coisa ". II<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Os domingos, refletiam a
tristeza, onde a "falta do trabalho" rotineiro, levaria a vadiagem,
reforçando a idéia de trabalho produtivo, somente o comercial ou industrial.
Mas o que parecia mais triste era o retrocesso do lazer, conforme avançava o
processo de industrialização e o crescimento da cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Domingo morreu, na tristeza
de uma trovoada. (...) Sente-se que nos domingos, todo o encanto da nossa
mocidade e toda a alegria do nosso povo expansivo se perde na vastidão das ruas
desorientado. Falta-nos um parque, um centro de diversão onde Joinville toda
pudesse concentrar-se e viver, numa tarde de domingo as alegrias e as emoções
de uma reunião festiva. Antes, Joinville oferecia às tardes, centros de
reuniões magníficos, nos seus parques, nos seus jardins, onde ß'eqüentemente orquestras
e bandas musicais, punham notas vivas e atraentes de uma arte bem cuidada.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Hoje (...) vir-se-ia que
Joinville retrograda. E se não fora a evidência das nossas forças econômicas,
manifestadas no comércio e nas indústrias florescentes, crê-lo-íamos fracamente.
III<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">O discurso da cidade
maravilhosa, ordeira e laboriosa, trazia ao mesmo tempo, uma preocupação enorme
com a outra Joinville, que diretamente proporcional ao seu encantamento e
desenvolvimento, descobria-se que além da falta de lazer, tinha-se problemas muito
sérios a serem contornados como a mendicância, higiene e saúde, policiamento, habitação,
água, instrução, transportes, jogos, etc.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Notas<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">I – </span></i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">JOÃO DA MATTA Bancando o
Chie. <i>Jornal de Joinville. </i>Joinville, 14 de Janeiro de 1924 N. 12 Ano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">II - </span></i><span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">Está chegando a hora !. <i>Jornal
de Joinville. </i>Joinville, 16 de Fevereiro de 1928, N. 40, Ano X, p.l<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;">III - Locais. <i>Jornal de Joinville. </i>Joinville,
21 de Janeiro de 1919, N.09 , Ano I p.2<o:p></o:p></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-67755591260188910802016-01-23T22:29:00.000-02:002016-01-23T22:33:41.806-02:00Um fragmento do livro A trégua. <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">O
fragmento foi retirado do livro “<a href="http://lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=636453&ID=390738" target="_blank">A trégua</a>”, de <a href="http://lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=508222" target="_blank">Mario Benedetti</a>.</span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-7OlRymrdoag/VqQaTpCRafI/AAAAAAAACUU/1fjSKY6N9p0/s1600/mario_benedetti-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-7OlRymrdoag/VqQaTpCRafI/AAAAAAAACUU/1fjSKY6N9p0/s320/mario_benedetti-1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">O livro é o
diário do personagem Martín Santomé, um dedicado trabalhador na burocracia
movida por números, cálculos, relatórios e informes. Prestes a abraçar o ócio
por conta da sua aposentadoria, Santomé diz não para uma promoção ao cargo de
gerente. O livro não se resume a está questão, tem muito mais na verdade. É um
livro fundamental da literatura latino-americana do século que passou. Eu teria
tantas linhas para falar sobre a obra. Penso que é melhor deixar o fragmento expressar
a ironia de Benedetti.
<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">“Sábado, 17 de agosto<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">Esta manhã, estive
falando com dois membros da Diretoria. Coisas sem grande importância, mas que
bastaram, no entanto, para me fazer entender que eles sentem por mim um amável,
compreensivo desprezo. Imagino que, quando refestelam nos macios assentos da
sala da Diretoria, devem sentir-se quase onipotentes, ou pelo menos tão
próximos do Olimpo quanto pode chegar a sentir-se uma alma sórdida e escura.
Alcançaram o máximo. Para um jogador de futebol, o máximo significa chegar um
dia a integrar a seleção nacional; para um místico, comunicar-se alguma vez com
seu Deus; para um sentimental, encontrar em outro ser, em alguma ocasião, o
verdadeiro eco dos seus sentimentos. Para esta pobre gente, em contraposição, o
máximo é conseguir sentar-se nas poltronas de dirigentes, experimentar a
sensação (que para outros seria tão incômoda) de que alguns destinos estão em
suas mãos, alimentar a ilusão de que resolveram, de que dispõem, de que são
alguém. Hoje, no entanto, ao observá-los, eu não conseguia encontrar neles uma
cara de Alguém, mas sim de Algo. Parecem-me Coisas, e não pessoas. Mas o que
lhes parecerei eu? Um imbecil, um incapaz, um joão-ninguém que se atreveu a
recusar uma oferta do Olimpo. Uma vez, faz muitos anos, ouvi o mais velho deles
dizer: “O grande erro de alguns homens de comércio é tratar seus empregados
como se estes fossem seres humanos.” Nunca me esquecerei dessa frasezinha,
simplesmente porque não a posso perdoar. Não só em meu nome, como também em
nome de todo o gênero humano. Agora sinto a forte tentação de inverter a frase
e pensar: “O grande erro de alguns empregados é tratar seus patrões como se
estes fossem pessoas.” Mas resisto a essa tentação. Eles são pessoas, sim. Não
parecem, mas são. E pessoas dignas de uma odiosa piedade, da mais infamante das
piedades, porque a verdade é que formam para si uma casca de orgulho, uma
embalagem repugnante, uma sólida hipocrisia, mas no fundo são ocos. Asquerosos
e ocos. E padecem a mais horrível variante da solidão: a solidão daquele nem
sequer tem a si mesmo.”</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-45364318218125408882016-01-20T21:10:00.000-02:002016-01-20T21:14:47.275-02:00O que a vida significa para mim - Jack London<div class="Default" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "courier new";">No período de férias li alguns contos escritos por <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Jack_London" target="_blank">Jack London</a>, célebre escritor e socialista dos EUA. O post de hoje é o conto "O que a vida significa para mim", publicado pela <a href="https://www.expressaopopular.com.br/livros/expressao-popular/contos-jack-london-0" target="_blank">Editora Expressão Popular</a>. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="Default" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "courier new";"><b>O
que a vida significa para mim</b></span></div>
<div class="Default" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "courier new";">Jack London. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Nasci
na classe trabalhadora. Cedo descobri o entusiasmo, a ambição e os ideais; e
satisfazê-los tornou-se o problema da minha infância. Meu ambiente era cru,
áspero e rude. Não via nenhuma perspectiva ao meu redor, por isso, o melhor era
olhar para cima. Meu lugar na sociedade era nos fundos. Aqui a vida não
oferecia nada, além de sordidez e miséria, tanto para o corpo como para o
espírito. Por aqui corpo e espírito andavam famintos e atormentados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Acima
de mim se erguia o imenso edifício da sociedade e, em minha mente, a única
saída era para cima. Logo resolvi subir. Lá em cima, os homens vestiam ternos
pretos e camisas engomadas e as mulheres usavam vestidos lindos. Havia também
coisas boas para comer e muita fartura. Abundância para o corpo. Depois havia
as coisas do espírito. Acima de mim, eu sabia, havia despojamento do espírito,
pensamentos puros e nobres e uma vida intelectual intensa. Eu conhecia tudo
isto porque lera romances na biblioteca Seaside, nos quais, com exceção dos
vilões e dos aventureiros, todos os homens e mulheres tinham pensamentos puros,
falavam uma linguagem bonita e realizavam ações generosas. Em resumo, assim
como eu aceitava o nascer do Sol, aceitava que acima de mim estava tudo o que
era fino, nobre e belo, tudo o que dá decência e dignidade à vida, tudo o que
faz a vida valer a pena e recompensa um homem por seu sofrimento e esforço. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Mas
não é muito fácil para um homem ascender e sair da classe trabalhadora -
especialmente se está cheio de ambições e ideais. Eu vivia num rancho na
Califórnia, e era duro descobrir o caminho para subir. Cedo quis saber qual a
taxa de juros do dinheiro aplicado, e preocupava meu cérebro de criança a
compreensão das virtudes e excelências desta notável invenção do homem, os
juros compostos. Mais tarde conheci os níveis de salário praticados para
trabalhadores de todas as idades, e o custo de vida. Com todos estes dados,
conclui que, se começasse imediatamente, trabalhasse e poupasse até os cinquenta
anos, poderia parar de trabalhar e desfrutar de uma pequena porção das delícias
e maravilhas que estariam a meu alcance um pouco acima na sociedade. E, claro,
decidi não me casar, ao mesmo tempo em que me esquecia inteiramente de
considerar esta grande causa da catástrofe no universo da classe trabalhadora -
a doença. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Mas
a vida que havia em mim exigia mais que uma pobre existência de restos e de
escassez. Aos dez anos de idade, tornei-me jornaleiro nas ruas da cidade e
descobri uma nova perspectiva. Tudo ao meu redor estava impregnado da mesma
sordidez e desgraça, e acima de mim existia ainda o mesmo paraíso, esperando
para ser conquistado. Mas o caminho para subir era diferente. Era o mundo dos
negócios. Por que poupar meus ganhos e investir em papéis do governo quando,
comprando dois jornais por cinco centavos, num piscar de olhos, podia vendê-los
por dez e dobrar meu capital? O mundo dos negócios era para mim o meio de subir
na vida, e eu me via como negociante quadrado e bem-sucedido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Ai
das visões! Quando tinha dezesseis anos me chamavam de “príncipe”. Este título
me foi dado por uma gangue de assassinos e ladrões, que me chamavam de “O
príncipe dos piratas de água doce”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Naquele
tempo eu tinha galgado o primeiro degrau no mundo dos negócios. Era um
capitalista. Possuía um barco e uma tripulação completa de piratas de água
doce. Tinha começado a explorar meus semelhantes. Toda uma equipe estava sob
meu comando. Como capitão e dono, ficava com dois terços do dinheiro e dava à
tripulação o outro terço, embora eles trabalhassem tão duro quanto eu e
arriscassem tanto quanto eu suas vidas e sua liberdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Este
degrau foi o último que subi no mundo dos negócios. Uma noite, participei de um
assalto a pescadores chineses. Suas linhas e redes valiam dólares e centavos.
Era um roubo, claro, mas era este precisamente o espírito do capitalista. O
capitalismo toma os bens de seus semelhantes a título de reembolso, traindo a
confiança ou comprando senadores e juizes de tribunais superiores. Eu era apenas
mais grosseiro. Essa era a única diferença. Eu usava um revólver. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Mas,
naquela noite, minha equipe agiu como aqueles incompetentes que o capitalista
está acostumado a fulminar, sem dúvida porque estes incompetentes aumentam os
custos e reduzem os lucros. Minha quadrilha fez as duas coisas. Por falta de
cuidado, tocou fogo na vela principal, destruindo-a totalmente. Não houve lucro
aquela noite, e os pescadores chineses ficaram mais ricos pelas redes e linhas
que não pagamos. Eu estava arruinado, sem condições sequer de pagar sessenta e
cinco dólares por uma nova vela principal. Deixei meu barco ancorado e saí num
barco de piratas na baía para uma viagem de saques pelo rio Sacramento.
Enquanto estava fora, outro bando de piratas da baía saqueou meu barco.
Roubaram tudo, até mesmo as âncoras; e mais tarde, quando recuperei o casco
abandonado, obtive apenas vinte dólares por ele. Tinha descido o primeiro
degrau galgado, e nunca mais tentei o caminho dos negócios. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Desde
então fui implacavelmente explorado por outros capitalistas. Tinha força
física, e eles faziam dinheiro com isso enquanto que, apesar do meu esforço, eu
levava uma vida banal. Fui marinheiro, estivador e grumete. Trabalhei em
fábricas de enlatados, indústrias e lavanderias. Cortei grama, limpei tapetes e
lavei janelas. E não ganhava nunca o produto inteiro do meu trabalho. Olhava
para a filha do dono da fábrica de enlatados, em sua carruagem, e sabia que
eram meus músculos que ajudavam a empurrar aquela carruagem em seus pneus de
borracha. Via o filho do industrial indo para a escola e sabia que era em parte
a minha força que ajudava a pagar seu vinho e suas boas amizades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Mas
não ficava ressentido com isso. Fazia parte do jogo. Eles eram a força. Muito
bem, eu era forte. Podia cavar um lugar entre eles e fazer dinheiro com a força
de outros homens. Não tinha medo do trabalho. E quanto mais duro, melhor, mais
me agradava. Gostaria de me entregar ao trabalho, trabalhar mais do que nunca
e, eventualmente, me tornar um pilar da sociedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">E
a essa altura, com a sorte que eu gostaria de ter, descobri um patrão com a
mesma mentalidade. Eu estava querendo trabalhar, e ele estava mais que querendo
que eu trabalhasse. Pensei que estava aprendendo um ofício. Na realidade, havia
substituído dois homens. Pensei que ele estava fazendo de mim um eletricista;
de fato, estava ganhando, comigo, cinquenta dólares a mais por mês. Os dois
homens que eu substituíra recebiam quarenta dólares por mês cada um, enquanto
eu fazia o trabalho dos dois por trinta dólares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Este
patrão me fez trabalhar até a morte. Um homem pode adorar ostras, mas ostras
demais vão deixá-lo enfastiado. E assim foi comigo. O excesso de trabalho me
deixou doente. Eu não queria mais ver trabalho. Abandonei o emprego. Tornei-me
um vagabundo, mendigando de porta em porta, perambulando pelos Estados Unidos e
suando sangue em favelas e prisões. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Eu
nascera na classe operária, e agora, aos dezoito anos, estava abaixo do ponto
em que tinha começado. Caíra nos porões da sociedade, jogado no subterrâneo da
miséria sobre o qual não é agradável nem digno falar: estava no fosso, no
abismo, no esgoto humano, no matadouro, na capela mortuária da nossa
civilização. Esta é a parte do edifício social que a sociedade prefere
esquecer. A falta de espaço me leva aqui a ignorá-la, e devo dizer apenas que
as coisas que vi lá me deram um medo terrível. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Estava
apavorado até a alma. Vi a nu a complicada civilização em que vivia. A vida era
uma questão de abrigo e de comida. Para conseguir abrigo e comida os homens
vendem coisas. O comerciante vende seus sapatos, o político vende seu humanismo
e o representante do povo, com exceções, é claro, vende sua credibilidade,
enquanto quase todos vendem sua honra. As mulheres também, nas ruas ou na sagrada
relação do casamento, estão prontas a vender seus corpos. Todas as coisas são
mercadorias, todas as pessoas são compradas e vendidas. A primeira coisa que o
trabalhador tem para vender é a força física. A honra do operariado não tem
preço no mercado. O operariado tem músculos e somente músculos para vender. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Mas
há uma diferença, uma diferença vital. Sapatos, credibilidade e honra têm como
se renovar. Constituem estoques imperecíveis. Mas os músculos, estes não se
renovam. Quando um comerciante vende seus sapatos, repõe o estoque. Mas não há
como repor o estoque de energia do trabalhador. Quanto mais vende sua força,
menos sobra para si. A força física é sua única mercadoria, e a cada dia seu
estoque diminui. No fim, se não morreu antes, vendeu tudo e fechou as portas.
Está arruinado fisicamente e nada lhe restou senão descer aos porões da
sociedade e morrer na miséria. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Aprendi,
ainda, que o cérebro também é uma mercadoria, ainda que diferente dos músculos.
Um vendedor do cérebro está apenas no começo quando tem cinquenta ou sessenta
anos, e seus produtos atingem preços mais altos do que nunca. Mas um operário
está esgotado e alquebrado com quarenta e cinco ou cinquenta anos. Eu tinha
estado nos porões da sociedade e não gostava do lugar para morar. Os canos e
bueiros eram insalubres e o ar, ruim para respirar. Se não podia morar no andar
de luxo da sociedade, podia, pelo menos, tentar a mansarda. Ela existia, a
comida lá era escassa, mas pelo menos o ar era puro. Assim, resolvi não vender
mais meus músculos e me tornar um vendedor de cérebro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Começou
então uma frenética perseguição ao conhecimento. Voltei para a Califórnia e
mergulhei nos livros. Como me preparava para ser um mercador da inteligência,
achei que devia me aprofundar em Sociologia. Assim, eu descobri, num certo tipo
de livros, formulados cientificamente, os conceitos sociológicos simples que eu
tinha tentado descobrir por mim mesmo. Outras grandes mentes, antes que eu
tivesse nascido, tinham elaborado tudo que eu havia pensado e muitas coisas
mais. Eu descobri que era um socialista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Os
socialistas eram revolucionários, porque lutavam para derrubar a sociedade do
presente e tirar dela material para construir a sociedade do futuro. Eu,
também, era um socialista e revolucionário. Liguei-me a grupos de trabalhadores
e intelectuais revolucionários, e pela primeira vez entrei na vida intelectual.
Aí descobri mentes aguçadas e cabeças brilhantes. Encontrei cérebros fortes e
atentos, além de trabalhadores calejados; pregadores de mente muito aberta em
seu cristianismo para pertencer a qualquer congregação de adoradores do
dinheiro; professores torturados na roda da subserviência universitária à
classe dominante e dispensados porque eram ágeis com o conhecimento que se
esforçavam por aplicar às questões maiores da Humanidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Descobri,
também, uma fé calorosa no ser humano, um idealismo apaixonante, a suavidade do
despojamento, renúncia e martírio - todas as esplêndidas e comoventes
qualidades do espírito. Naquele meio, a vida era honesta, nobre e intensa.
Naquele meio, a vida se reabilitava, tornava-se maravilhosa. E eu estava alegre
por estar vivo. Mantinha contato com grandes almas que punham o corpo e o
espírito acima de dólares e centavos, e para quem o gemido fraco de crianças
famintas das favelas vale mais do que toda a pompa e circunstância da expansão
do comércio e do império mundial. Tudo à minha volta era nobreza de propósitos
e heroísmo; meus dias e noites eram de sol e de estrelas brilhantes; tudo calor
e frescor, como o Santo <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Graal,
o próprio Graal do Cristo, o ser humano caloroso, conformado e maltratado, mas
pronto para ser resgatado e salvo no final, sempre ardente e resplandecente,
diante de meus olhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">E
eu, pobre tolo, julgava ser aquilo apenas uma amostra das delícias de viver que
eu deveria descobrir acima de mim na sociedade. Tinha perdido muitas ilusões
desde os dias em que lera os romances da biblioteca Seaside, no rancho da
Califórnia. E estava destinado a perder muitas das ilusões que me restavam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Como
mercador da inteligência, fui um sucesso. A sociedade abriu suas portas para
mim. Entrei direto no andar de luxo; mas meu desencanto foi rápido. Sentei-me
para jantar com os senhores da sociedade e com as esposas e mulheres dos donos
da sociedade. As mulheres se vestiam muito bem, admito; mas para minha ingênua
surpresa percebi que eram feitas do mesmo barro que todas as outras mulheres
que eu tinha conhecido lá embaixo, nos porões. A esposa do coronel e Judy
O’Grady eram irmãs sob suas peles e seus vestidos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Não
foi isto, porém, mas seu materialismo, o que mais me chocou. É verdade que
estas mulheres lindas, ricamente vestidas tagarelavam sobre singelos ideais e
pequenos moralismos; mas, ao contrário do teor de sua conversa mole, a tônica
da vida que levavam era materialista. E como eram egoístas sentimentalmente.
Contribuíam de todas as formas para pequenas caridades e se informavam sobre a
realidade, mas, o tempo todo, os alimentos que comiam e as belas roupas que
vestiam eram comprados com os lucros manchados pelo sangue do trabalho
infantil, do trabalho exaustivo e mesmo da prostituição. Quando mencionei tais
fatos, esperando em minha inocência que aquelas irmãs de Judy O’Grady
arrancassem fora de uma vez suas sedas e joias tingidas de sangue, ficaram
furiosas e excitadas, e leram para mim pregações sobre o desperdício, a bebida
e a depravação inata que causavam toda a miséria nos porões da sociedade.
Quando disse que não podia perceber bem qual era a falta de economia, a
intemperança e a depravação de crianças quase famintas de seis anos que faziam
trabalhar doze horas por noite numa fiação de algodão sulista, aquelas irmãs de
Judy O’Grady atacaram minha vida pessoal e me chamaram de “agitador” — embora
isto, na verdade, reforçasse meus argumentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Não
me dei melhor com os senhores da sociedade. Esperava encontrar homens honestos,
nobres e vivos cujos ideais fossem honestos, nobres e vivos. Andei com homens
que estavam nos lugares mais altos - os pregadores, os políticos, os homens de
negócios, professores e editores. Comi carne com eles, tomei vinho com eles,
andei de automóvel com eles e estudei com eles. É verdade, encontrei muitos que
eram honestos e nobres; mas, com raras exceções, não estavam vivos. Realmente
acredito que poderia contar as exceções com os dedos das minhas mãos. Quando
não estavam mortos pela podridão moral, atolados na vida suja, eram apenas a
morte insepulta - como múmias bem preservadas, mas não vivas. Neste sentido,
poderia especialmente citar professores que conheci, homens que vivem de acordo
com o decadente ideal universitário, “a perseguição sem paixão da inteligência
sem paixão”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Conheci
homens que invocavam o nome do Príncipe da Paz em seus discursos contra a
guerra e que botaram nas mãos dos Pinkertons rifles que abateram grevistas em
suas próprias fábricas. Encontrei homens incoerentes, indignados com a
brutalidade de lutas de boxe e pugilismo, e que, ao mesmo tempo, participavam
da adulteração de alimentos que a cada ano matam mais bebês do que qualquer
Herodes de mãos rubras jamais havia matado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Em
hotéis, clubes, casas e vagões de luxo, em cadeiras de navios a vapor,
conversei com capitães de indústria e me espantou como eram pouco viajados nos
domínios do intelecto. Por outro lado, descobri que sua inteligência para
negócios era excepcionalmente desenvolvida. Descobri também que sua moralidade,
quando há negócios envolvidos, nada vale. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">O
delicado, destacado e aristocrático cavalheiro era um testa de ferro de
corporações que secretamente roubavam viúvas e órfãos. Este cavalheiro, que
colecionava edições de luxo e era patrocinador especial da literatura, pagou
chantagem a um chefão político de queixo duro e sobrancelhas escuras da máquina
municipal. Este editor, que publicou propaganda de medicamentos licenciados e
náo ousou divulgar a verdade em seu jornal sobre os mesmos medicamentos, com
medo de perder o anunciante, me chamou de canalha demagogo porque lhe disse que
sua economia política era antiquada e sua biologia, contemporânea de Plínio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Este
senador fora a ferramenta e escravo, o pequeno fantoche de uma máquina
indecente e ignorante de um chefáo político; assim eram o governador e seu juiz
no Tribunal de Justiça; e todos os três tinham passes para viajar de graça na
estrada de ferro. Este homem, falando seriamente sobre as belezas do idealismo
e a bondade de Deus, acabara de trair seus camaradas numa questão de negócios.
Aquele outro, pilar da igreja e grande contribuinte de missões no exterior,
obrigava as garotas de suas lojas a trabalhar dez horas por dia por um salário
de fome e, portanto, encorajava diretamente a prostituição. Este homem, que dá
dinheiro à universidade, comete perjúrio em tribunais por causa de dólares e
centavos. E o grande magnata da estrada de ferro quebrou sua palavra de
cavalheiro e cristão quando admitiu abatimentos secretos para um de dois
capitães de indústria empenhados numa luta de morte. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Era
a mesma coisa em todo lugar, crime e traição, traição e crime — homens que
estavam vivos não eram honestos nem nobres; homens que eram honestos e nobres
não estavam vivos. E havia uma grande massa sem esperanças, nem nobre nem viva,
mas simplesmente honesta. Esta não podia errar, positiva ou deliberadamente;
mas errava de maneira passiva e ignorante ao concordar com a imoralidade
generalizada e com os lucros que ela produz. Se fosse nobre e viva, não seria
ignorante, e teria se recusado a dividir os lucros do crime e da traição. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Percebi
que não gostava de viver no andar de luxo da sociedade. Intelectualmente era aborrecido.
Moralmente e espiritualmente, eu me sentia enojado. Lembrava-me de meus
intelectuais e idealistas, meus pregadores sem hábito, professores
desempregados e trabalhadores honestos com consciência de classe. Lembrava meus
dias e noites de sol e estrelas brilhando, quando a vida era uma maravilha doce
e selvagem, um paraíso espiritual de aventuras não-egoístas e um romance ético.
E diante de mim, sempre resplandecente e excitante, vislumbrava o Sagrado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Então,
voltei à classe operária, na qual havia nascido e à qual pertencia. Não me
preocupava mais em subir. O imponente edifício da sociedade não reserva
delícias para mim acima da minha cabeça. São os alicerces do edifício que me
interessam. Lá, contente de trabalhar, de ferramenta na mão, ombro a ombro com
intelectuais, idealistas e operários com consciência de classe, reunindo uma
força sólida agora para fazer mais uma vez o edifício inteiro balançar. Algum
dia, quando tivermos mais mãos e alavancas para trabalhar, vamos derrubá-lo, com
toda sua vida podre e sua morte insepulta, seu egoísmo monstruoso e seu
materialismo estúpido. Então vamos limpar os porões e construir uma nova
moradia para a espécie humana, onde não haverá andar de luxo, na qual todos os
quartos serão claros e arejados, e onde o ar para respirar será limpo, nobre e
vivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "courier new";">Esta
é a minha perspectiva. Vejo à frente um tempo em que o homem deverá caminhar
para alguma coisa mais valiosa e mais elevada que seu estômago, quando haverá
maiores estímulos para levar os homens à ação do que o incentivo de hoje, que é
o incentivo do estômago. Conservo minha crença na nobreza e na excelência da
Humanidade. Acredito que a doçura e o despojamento espiritual vão superar a
gula grosseira dos dias de hoje. E, no fim de tudo, minha fé está na classe
trabalhadora. Como diz um francês: “A escada do tempo está sempre ecoando com
um tamanco subindo e uma bota engraxada descendo”. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-10049767182668463042016-01-11T10:57:00.000-02:002016-01-11T10:57:07.827-02:00Arte e anarquia<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A <a href="http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/" target="_blank">Biblioteca Terra Livre</a>, de São
Paulo, publicou no seu <a href="https://www.youtube.com/channel/UCTOUMeXFz7CYC6xN6prIUHg" target="_blank">canal de youtube</a> o documentário Arte e Anarquia, de
1989, produzido pela <a href="http://fal.cnt.es/" target="_blank">Fundação de Estudos Libertários Anselmo Lorenzo</a>, da
Espanha. O documentário é dirigido por Emilio Garcia Weidemann. O filme apresenta uma
narrativa sobre alguns grupos de arte de vanguarda e suas relações com o
anarquismo. Para assistir com legenda em português clique no ícone “Ativar
Legendas” na barrar inferior do vídeo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/lOrOYrLWoMg/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/lOrOYrLWoMg?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-62791181711871364672016-01-08T21:37:00.000-02:002016-01-08T21:37:01.018-02:00O grande jogo, de Alexander Berkman<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">A
peça “O grande jogo”, de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Berkman" target="_blank">Alexander Berkman</a>*, traduzida por Natalia Montebello
e publicada na Revista Verve, número 14, em 2008.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ynasqNaXvKU/VohenPIOhSI/AAAAAAAACTk/wgtfL8aCAH0/s1600/Emma_Goldman_and_Alexander_Berkman.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="http://4.bp.blogspot.com/-ynasqNaXvKU/VohenPIOhSI/AAAAAAAACTk/wgtfL8aCAH0/s320/Emma_Goldman_and_Alexander_Berkman.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background-color: #f9f9f9; color: #252525; font-size: 12.3704px; line-height: 17.3186px; text-align: left;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Berkman e Emma Goldman em 1917</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><b>O grande jogo</b>, de Alexander Berkman<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">Personagens</span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
(industriais e capitalistas)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
(operários)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Negra
Figura (Lei)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Abrem-se
as cortinas)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Desçam ao interior da terra. Tragam a luz o<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">carvão
e o ouro, o ferro, a prata e as pedras preciosas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Considere feito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Construam fabricas e maravilhosas ferramentas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">e
modelem o mundo em jubilo e beleza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Considere feito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Muito bem, meus homens. Maravilhoso! Quanta<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">abundancia!
Quantas riquezas! Todas minhas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Algumas
vozes ― Suas? Por que? Nos fizemos tudo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Comoção
no palco)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Mais
vozes </span><i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(enfurecidas) </span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">―
São nossas! Nos as fizemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Silencio! Eu não mandei que o fizessem?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Vozes
― Mas e nosso. Nos o fizemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Chamemos a Lei!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Entra
a Negra Figura, vestida de preto, levando uma<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">Bíblia
em uma mão, a espada desembainhada na outra.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">As
duas mãos com luvas)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Um
silêncio solene quando fala a Lei)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Negra
Figura ― E seu. Assim está decretado. A integridade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">de
nossas justas e livres instituições deve ser<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">mantida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Todos
reverentemente ajoelham-se diante da Negra<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">Figura)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Sai
a Negra Figura)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
</span><i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(orgulhosamente jubiloso) </span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">―
E meu, por Lei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Nos somos pobres. Nossas esposas precisam<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">de
comida, nossas crianças tem fome.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Eu darei a vocês as coisas de que precisam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Nos de! Nos de!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Em troca de mais trabalho. Venderei as coisas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">que
vocês fazem e lhes darei um salario por isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Salários! Bons salários?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Sim, um salario justo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Tome, tome! Um salario justo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Entregarei a vocês comida e roupa em troca de<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">seus
salários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Um amo carinhoso! Tome, pegue nossos salários!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Courier New;"><span style="font-size: 12pt;">(Eu
pega os salários e entrega escassas </span>rações<span style="font-size: 12pt;"> de<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">comida)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Você,
depois de ter devorado a comida, em pé com as<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">mãos
vazias, com semblante satisfeito)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
</span><i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(com profunda auto-satisfacao) </span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">―
A indústria e a<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">economia
são a coluna vertebral de nossa grande prosperidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Mas nos não obtivemos nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Eu
― Elejam-me para o ministério e aprovarei uma<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">lei
para abrir cozinhas populares para aqueles dentre<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">vocês
que merecerem minha generosidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Você
― Viva! Viva! Nosso candidato!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Um
desfile com tochas)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">(Fecham-se
lentamente as cortinas)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">Notas:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle;">1
<i>The Blast</i>, San Francisco, Estados Unidos, 29 de janeiro de 1916.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: BookmanOldStyle-Italic;">*
Imigrante russo que se tornou proeminente anarquista nos EUA. Cometeu um
atentado contra um industrial durante uma greve operária e passou 14 anos na
prisão. Em 1919, devido a contundentes manifestações contra a guerra,foi
deportado para a Rússia junto com vários anarquistas, inclusive Emma </span><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Goldman,
sua companheira na vida amorosa e política. Depois de dois anos,deixaram o país
e lideraram a crítica libertária aos rumos autoritários da Revolução Russa e
das ações do Partido Comunista. Gravemente doente, Berkman morreu aos 66 anos,
na França, em 1936.</span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-51709328784805195302016-01-02T21:10:00.000-02:002016-01-02T21:12:38.582-02:00Uma mulher operária, anarquista e atriz. <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Na busca de materiais com referência ao anarquismo e o teatro no Brasl, encontrei num blog (perdi o link) um fragmento biográfico de Maria Valverde Silvello. Entre os anos de 1940 e 1950, a operária, atriz e anarquista realizou um trabalho teatral no Centro de Cultura Social. A biografia foi organizada por </i></span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><i>Edgar Rodrigues para o livro Os Companheiros. volume 4. Editora Insular, Florianópolis, 1997.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Maria Valverde Silvello</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Brasileira, operária, anarquista!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Nasceu em Piracicaba no dia 27 de março de 1916. Filha de camponeses com sangue espanhol e italiano, Maria Valverde viveu, trabalhou e casou no interior do Estado de São Paulo com Cecílio Dias Lopes, espanhol, nascido em Granada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em resumo biográfico, enviado a pedido do autor a 18 de junho de 1980, Maria Valverde fala da sua descendência: “Meus pais, José Valverde Dias e Angelina Silvello, filhos de colonos, conheceram o trabalho escravo nas fazendas paulistas. Minha mãe nasceu na Fazenda Santo Antônio, de Prudente de Morais, que você cita no seu livro, de onde meus avós tiveram de fugir com os filhos por não suportarem mais os maus tratos do capataz e dos donos da fazenda”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">“Meu pai descendia de espanhóis anticlericais, e apesar de trabalhador do campo recebia regularmente no interior do Estado A Lanterna. Foi também militante do Centro de Cultura Social.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em 1939, Maria Valverde e o marido mudaram-se para a Capital. Tinham em mente duas coisas: encontrar trabalho, fixar residência e conviver com os libertários. A Lanterna havia-lhes iluminado o “novo caminho”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Seu marido, como bom espanhol, criado na Fazenda Pasto Velho, em São Manuel do Paraíso, carregava como Maria Valverde o “gérmen” da rebeldia contra a escravidão no campo e as sementes emancipadoras que A Lanterna lançava no interior do Estado paulista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Vivia-se o começo da Segunda Guerra Mundial. O movimento anarquista desenvolvia sua atividade clandestinamente. Os militantes mais conhecidos da polícia inquisitorial de Vargas reuniam-se alternadamente em casa de companheiros. O Centro de Cultura Social não tinha sede.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Neste entreato, o casal Maria Valverde-Cecílio fez contato com militantes anarquistas de São Paulo, conhecendo então pessoalmente Edgard Leuenroth, diretor do jornal A Lanterna, começando a participar de reuniões em fins de 1940. O Centro de Cultura Social abria caminho pela via teatral representando peças libertárias e anticlericais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No ano de 1942, Maria Valverde, sua irmã Angelina Valverde e seu marido Cecílio Dias Lopes passaram a integrar o corpo cênico do Centro, só se afastando da atividade teatral em 1957 por motivos de doença.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em julho de 1980, pedimos a Maria Valverde que nos falasse de sua participação teatral, e dela recebemos os nomes das seguintes peças em que trabalhou: “Primeiro de Maio”, de Pietro Gori; “Ressonar sem Dormir”, “Madrid”, de Pedro Catalo; “Uma Mulher Diferente”, P. Catalo; “A Sombra”, de Dário Nicodemi; “O Herói e o Viandante”, de P. Catalo; “Insensata”, de P. Catalo; “A Casa dos Milagres”; “Tabu”, de Francisco Xsvoboda; “Nossos Filhos”, de Florêncio Sanches; “Os Mortos” de Florêncio Sanches; “O Feitiço”, de Oduvaldo Viana; “O Coração é um Labirinto”, de P. Catalo; “Como Rola uma Vida”, P. Catalo; “Ciclone”, de W. Somerset Maugham; “O Maluco da Avenida”, de Carlos Arniches; “Está Lá Fora Um Inspetor”, e outras que não recorda. Todas educativas e sociais, encenadas diversas vezes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Os filhos do casal Cecílio-Maria Valverde também trabalharam em algumas peças, onde se fazia necessário a presença de adolescentes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Maria Valverde não se limitou a ser atriz, fez parte também do Centro de Cultura, chegando a ocupar cargos em sua diretoria. Participou ainda de festas de congraçamento anarquista em Nossa Chácara e esteve presente em todos os Congressos anarquistas ali realizados, chegando a usar da palavra em nome das mulheres anarquistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Maria Valverde, para o autor, foi bem mais do que a colaboradora do Teatro Social e do Centro de Cultura Social com sede na rua Rubino de Oliveira, São Paulo; foi uma excelente amiga, valiosa colaboradora numa pesquisa que produziu mais de meia dúzia de obras de história social por nós publicadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Sua casa na rua Cesário Galeno, 430, em Tatuapé, está ligada historicamente a essas obras. Foi pousada, ponto de encontros e local onde colhemos dados sem os quais nosso trabalho ficaria muito pobre. Ali encontrei amizade sincera, ajuda incondicional, honradez!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-20604891624826216972015-12-29T16:09:00.000-02:002016-01-02T21:45:46.703-02:00Os festivais operários no Rio de Janeiro pelo informativo Emecê. <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">A expressão “memória é luta!” cabe
muito bem para a proposta do Núcleo de Pesquisa Marques da Costa, situado no
Rio de Janeiro. Por meio do informativo
Emecê, o NPMC realiza um importante trabalho da memória do anarquismo. A pesquisa é
possível encontrar no site (<a href="https://marquesdacosta.wordpress.com/" target="_blank">aqui</a>) e nos informativos disponibilizados para
consulta virtual (<a href="https://marquesdacosta.wordpress.com/emece/edicoes-anteriores/" target="_blank">aqui</a>). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-TsPReFfoeUA/VoAogGR-OBI/AAAAAAAABtg/BRr0GRTHLzc/s1600/sem-tc3adtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><img border="0" height="84" src="http://1.bp.blogspot.com/-TsPReFfoeUA/VoAogGR-OBI/AAAAAAAABtg/BRr0GRTHLzc/s320/sem-tc3adtulo.png" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">A
edição de agosto de 2009 apresenta um texto sobre os festivais de arte operária
nas primeiras décadas do século XX. Segundo o Emecê, os festivais realizaram
ações de grande importância por meio do teatro, da música e diferentes manifestações artísticas com objetivo de formação duas gerações de militantes anarquistas e do sindicalismo revolucionário.</span></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<br />
<div class="Default" style="text-align: justify;">
<span class="A9"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Clique
<a href="https://marquesdacosta.files.wordpress.com/2011/12/emece_13.pdf" target="_blank">aqui</a> e leia o artigo completo Arte e consciência: os festivais operários no Rio de Janeiro”.</span><span style="font-family: Courier New;"> </span></span><span style="font-family: "Courier New";"><o:p></o:p></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-77028101499080057812015-12-27T15:41:00.001-02:002015-12-27T18:42:16.876-02:00Comédia de um ato<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i>A peça "Comédia de um ato" está presente na antologia Contos Anarquistas, vários autores, organizado por Arnoni Prado, Foot Hardman e Claudia Leal, lançado pela Editora Martins Fontes. A antologia apresenta contos, textos em prosa e peças curtas de teatro publicados nos jornais operários e anarquistas brasileiros, entre os anos de 1890-1935. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i>Reproduzo a peça curta para estimular a leitura dos escritos das mãos de lutadores/as da classe operária. A literatura (assim como teatro, a educação, a poesia...) eram práticas fundamentais no lazer e na formação de homens e mulheres de todas as idades que não tinham acesso a educação e ao lazer na ordem capitalista do começo do século XX.</i></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">COMÉDIA
EM UM ATO<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">GIL<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
Estado está sentado em um trono feito de caveiras: empunha o açoite e tem na
cabeça a metade de um boné vermelho e metade de uma coroa real. A decoração da
sala é rica, mas estúpida... as paredes foram pintadas com sangue; ao pé do
trono dorme um chacal que na coleira traz escrito: polícia.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Época,
passada e presente.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
ação desenrola-se aqui e além.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CENA
I<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>O Estado só</i>.)<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu do alto deste trono em que me
acho, empunhando o cetro que Deus me deu, dirijo ao estalido da chibata esta
humanidade estúpida e imbecil que para nada mais serve, senão para trabalhar e
proporcionar bem-estar a mim e aos meus satélites. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ah! Quero desfrutá-la, quero
tornar-me um Nero, um Júlio César, um Calígula, ou todos reunidos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E quem me poderá impedir?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pois não sou o senhor absoluto? A
minha vontade não é inatacável? </span><br />
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quem é que ignora que tudo é meu, que tudo me
pertence?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">São meus estes montes, são minhas
estas campinas, é minha aquela torrente, e é minha esta humanidade idiota com
tudo quanto possui, e aqui ninguém tem o direito de viver sem o meu
consentimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CENA
II<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>Entra o Clero</i>.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: Quem és tu, o luxuriento
fantasma que assim ousas vir à minha presença? Vens de alguma orgia, nesses
trajes de dançarina grega e com esse pandeiro na cabeça? Diz-me, a que sexo
pertences, és homem ou mulher?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Sou o teu braço direito. Sem
o meu concurso, há muito que a tua soberania teria desaparecido, e tu para
viveres terias que ir plantar batatas, como os demais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: Como assim? Chamo-me
Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Tu governas, porém sou eu
quem atrofia as consciências e que as preparar a fim que humildemente se
submetam a serem governadas; para isso tenho espalhado sobre toda a superfície
da terra milhões de aves negras, dignos discípulos de Loyola, os quais não
obedevem senão às minhas ordens, e não fazem outra coisa a não ser catequizar a
plebe para que se resigne a obedecer-te e cumprir à risca as tuas e as minhas
ordens; como recompensa a essa obediência passiva, prometo-lhe a glória do
além-túmulo, de onde ninguém poderá voltar reclamar coisa alguma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E quando alguém quer interpretar as
coisas diversamente do que lhes ordeno, quando ousam falar em liberdade,
igualdade, o punhal do sicário ou as fogueiras do S. Ofício sabem fazê-los
calar para sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tu tens a força que te garante; mas
ai de ti se ela compreendesse que não tem obrigação alguma de garantir o
bem-estar de outrem, em detrimento próprio; se ela pudesse perceber que, o
enquanto te serve de guarda-costas, tu a exploras tanto quanto a plebe (pois
que ela é composta na sua maioria de filhos do povo), abadonar-te-ia a ti e aos
teus; descansa, porém, que aqui está o clero, pronto a impedir o
desenvolvimento intelectual dos teus comandados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: E por que forma?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Por meio das escolas das
igrejas, dos missionários. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nas escolas aproveitamos a infância
que é fácil de dominar à vossa vontade: incutimos-lhe no espírito que deve
obedecer a Deus, à Igreja e ao Governo e convencemo-la de que somos seus
superiores, que nos deve obediência, que é por vontade de Deus que o mundo é
feito assim, e que nós somos enviados para guiar a humanidade no caminho do
dever a fim de que esta possa alcançar o reino do céu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Essa infância de hoje serão os
homens do amanhã que, assim preparados pelo clero, continuarão a prestar-te
homenagem e a julgarem-se tuas eternas bestas de carga; para que alguém não se
desvie do caminho que lhe traçamos, temos as igrejas com os respectivos
confessionários, por meio dos quais sabemos tudo o que se passa e podemos
mandar para a fogueira alguma ovelha que entenda pôr o rebanho a perder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Temos também um Deus bom, justo,
caridoso, infalível, que tudo vê e sabe premiar e elevar ao reino dos céus,
onde tudo é música, alegria e flores, os que sofrem com resignação as misérias
desta vida. Além disso, o povo está convencido de que o nosso Deus também é
perveso, sanguinário, mau, dinamiteiro, eterno foguista dos caldeirões dos
infernos, onde se diverte a fazer ferver os que não seguem à risca o que lhes
manda a santa madre Igreja, da sou ministro pleni-potenciário, com carta-branca
para, em nome de um Deus que não conheço nem desejo conhecer, podermos
amordaçar as consciências, aterrorizar os francos, suplicar os sábios, estuprar
menores e viver à custas de todos esses imbecis, que, com medo de ir visitar o
nosso Deus foguista, fazem o que lhes mando, convencidos de ganharem o reino
das glórias ou... da estupidez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enquanto isso, nós gozamos as
delícias da terra e aspiramos a essência dessas beldades peregrinas, traídas
pelos salmos cantados ao som das nossas vandálicas gargalhadas, ah! Ah! Ah!
Isso até quando essas gargalhadas não se transforarem em riso macabro, enquanto
as nossas caveiras não escarnecerem de nós mesmos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CENA
III<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Os mesmo e um desconhecido</i>.) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: Quem és tu, oh mísera
lesma? Como te atreveste a sair da lama em que vegetas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Sim, como conseguiste vir
até aqui?...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: Sem que a chibata do
mordomo te retalhasse o focinho?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: E o que é que queres?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
desconhecido fez uma reverência e inclinou-se até ficar de quatro para
representar o que é.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">DESCONHECIDO: Trim-blim-blim, vai,
vai, vai fechar. O burro é o azar. Última quinela! Atucha*, rapaziada! Quem
mais joga, menos puxa! Olha o zerinho da Santa Casa... Ninguém ganhou. Atucha
de novo, que esta não prestou. Trim, blim, blim... Ao tiro americano, sistema
máuser, feito! Feito o joguinho do caipira, quem mais joga menos tira...
Coragem, rapaziada! Quem não ganha trepa pau da cocanha e desforra-se! Trim,
blim, blim... vai, vai... Prepara... Fecha! Catatrai** fechooo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Dirigindo-se aos dois</i>:)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Reverenda Santidade... Sua
Excelência o Estado...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">ESTADO: Quem és tu, meu arlequim?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Quem és tu, meu arlequim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO (<i>à parte</i>): Quem será essa ave?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">DESCONHECIDO: Ora essa! Querem ver
que, apesar da minha popularidade, há quem não me conhece?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pois eu sou o Bicho, o afamado
Bicho, o digno continuador da vossa obra...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tudo quanto tendes posto em prática
não chega para reduzir à impotência os vossos súditos; isso de impostos, latim
e benzeduras não chega. É necessário o joguinho do bicho; ele, sim, os depena
às mil maravilhas: o bichinho impede ao povo de fazer economias, torna-o vadio,
velhaco, desmoralizado, perde o crédito, finta a Deus e ao diabo, empenha e
vende o que possui, e, quando mais nada tem para jogar, vai aos quintais dos
vizinhos e carrega o que lé encontra: roupa, lenha, galinha, tudo lhe serve; e
nesse labutar constante não tem tempo de ver o despotismo dos governos, de ver
o que fazem os representantes das nações, como se executam as leis e tantas
outras coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já vedes, pois, que graças ao bicho
podeis dormir descansados, porque a maioria dos vossos súditos não tem tempo de
sindicar o que fazeis, se está realmente separada a Igreja o que fazeis, se
está realmente separada a Igreja do Estado, como é que os padres se ocupam de
política, por que é que os frades não pagam impostos para darem espetáculos no
meio da rua, por que há tanta miséria, por que não há trabalho, por que há
tanta ladroeira nos cofres públicos e os culpados passeiam impunes, e os presos
em flagrante, réus confessos, são por fim despronunciados. Podeis dormir
sossegados o sono da inocência, que o Bicho dá-lhes muito que fazer sem
deixar-lhes tempo de se ocuparem de vós. O que eles querem e eu também é poder
jogar mesmo nas bardas da lei!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ESTADO: Bravos! Venha de lá um
abraço e podes jogar à vontade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Abraçam-se os três</i>.) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CENA
IV<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>(Uma voz oculta, cantando</i>:) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A mísera plebe morre de fome, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por toda parte miséria e peste.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Além só se ouvem ânsias e gritos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">aqui só se vê o azul celeste.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Com ironia</i>:)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Oh! Torpe matéria!...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Se os triturassem qual pedra bruta<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Que foco de miséria irromperia de
tais almas corruptas!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Todos, assustados</i>:)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que será isto?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CLERO: Ah! É a voz da igualdade que
clama contra o nosso despotismo. Vamos, em campo! Todos os meios são bons para
sufocá-la. Acendam as fogueiras, preparem os patíbulos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Todos</i>:)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vamos, vamos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Saem de braços dados</i>.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>A mesma voz que se afasta</i>:) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ah! Vida, vida, incendiada
tragédia, transfigurado horror, sonho transfigurado; macabras contorções de
lúgubre comédia, que um cérebro de louco houvesse imaginado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(<i>Desce o pano</i>)<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
Despertar</span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">, PR, ano I, nº 4, 8 out. 1904.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-13749492648846740412015-10-31T14:34:00.001-02:002015-10-31T14:47:01.589-02:00Memórias sindicais: Mother Jones<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>Lendo sobre a história do sindicalismo norte-americano encontrei um
<a href="http://www.diplomatique.org.br/edicoes_especiais_artigo.php?id=53" target="_blank">artigo</a> sobre Mother Jones. Uma mulher vibrante e lutadora que
muitos/as desconhecem. Reproduzo o artigo. </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="background: white; text-align: center; width: 527px;">
<tbody>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><b>Mother Jones, mãe do sindicalismo norte-americano </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><b>(por Elliot J. Corn)</b><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75"
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</td>
</tr>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Hoje, Mother Jones parece ter caído
no esquecimento. Mas, no início do século XX, ela foi uma das mulheres mais
célebres dos Estados Unidos, simbolizando o vigor do movimento operário numa
época em que ainda havia um Partido Socialista no país, pelo qual se
apresentavam candidatos respeitados<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><!--[if gte vml 1]><v:shape
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</td>
</tr>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-uHG7P-DLlRM/VjTskALIGBI/AAAAAAAABpk/vg1-APXwP-k/s1600/moher_jones_site.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-uHG7P-DLlRM/VjTskALIGBI/AAAAAAAABpk/vg1-APXwP-k/s320/moher_jones_site.jpg" width="242" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;" valign="top"><div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">“A torrente de aplausos eclodiu e se
transformou em tumulto quando uma pequena mulher avançou em direção à
tribuna. Com o rosto marcado pela idade, poderia ser a avó de qualquer um;
porém, tratava-se da avó de centenas de milhares de mineradores... Ao escutá-la
falar, compreende-se sua influência sobre essas hordas poliglotas. Ela tinha
a força, o espírito e, sobretudo, a chama da indignação. Ela era o furor
divino encarnado.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">´</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">É assim que o escritor Upton
Sinclair, célebre por seu romance sobre os abatedouros de Chicago (<i>The
Jungle</i>), descreve Mother Jones. E acrescenta: “Ela contava histórias sem
fim de aventuras; das greves lideradas por ela; de seus discursos; das
reuniões com os presidentes, governadores e chefes industriais; da prisão e
dos campos de prisioneiros. Ela havia percorrido todo o país e, onde
estivesse, o fogo do protesto se propagava no coração dos homens. Sua
história é uma verdadeira odisseia de revolta”.<b><sup>1</sup></b>As palavras
de Sinclair são rigorosamente exatas. Durante 25 anos, essa senhora não teve
residência fixa; uma vez, diante do Congresso, explicou: “Da mesma forma que
meus sapatos, meu endereço me segue por onde eu for”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Entre os 60 e os 80 anos, Mother
Jones renunciou aos amigos, à família e a seus bens para viver na estrada,
com seu povo, e seguir o caminho que as lutas definissem. Esse engajamento
indefectível ao lado dos trabalhadores forjou um sentimento de identificação
entre os operários: além de ativista sindical ou militante política
socialista, ela era considerada a “mãe” dos norte-americanos explorados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Ao se inteirar de que Mother Jones
havia sido detida novamente, um operário da Virgínia Ocidental se dirigiu ao
ministro do Trabalho: “Já empunhei minha pistola três vezes durante as
guerras industriais deste país e juro diante do Eterno que, se acontecer
qualquer coisa com a velha Mãe, não estou nem velho nem frouxo para
empunhá-la outra vez”. E A. van Tassel, trabalhador de Ohio, suplicou ao
presidente Woodrow Wilson que libertasse o “anjo dos oprimidos”: “Essa bela
heroína do movimento operário não cometeu nenhum crime, mas ela é assassinada
lentamente ao ser punida cada vez mais por lutar, por agir, por defender a
educação e para que os trabalhadores ganhem consciência de sua verdadeira
posição na sociedade”, escreveu.<b><sup>2</sup></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Há muitos mitos ao redor de Mother
Jones – e ela mesma contribuiu para a construção de alguns deles. Ela se
apresentava como mais velha do que era, com o objetivo de aumentar seu
caráter respeitável. Por exemplo, em sua autobiografia publicada em 1925, ela
afirma ter nascido em 1° de maio de 1830, dia da festa dos trabalhadores.
Mary Harris – seu verdadeiro nome – veio ao mundo de fato em agosto de 1837,
em Cork, Irlanda. Durante a juventude, enfrentou a Grande Fome (1845-1849), o
que obrigou sua família a migrar para a América do Norte – mais precisamente
para Toronto, onde seu pai encontrou um trabalho de ferroviário e Mary
aprendeu os ofícios de costureira e professora. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Na maioridade, deixou a
família e se instalou em Michigan para lecionar. Em seguida, foi para Chicago,
antes de mudar-se para Memphis (Tennessee), onde se casou com um caldeireiro
sindicalista, George Jones. Dessa união, nasceram quatro filhos, que
faleceram junto com o marido, em 1867, durante uma epidemia de febre amarela.
Mary entendeu o episódio como uma injustiça social: “As vítimas foram
principalmente os pobres e os trabalhadores. Os ricos puderam deixar a cidade
ou mudar-se para longe”, constatou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Viúva, retornou a Chicago, onde
trabalhou como costureira durante vinte anos. Nesse período, conheceu
militantes políticos e líderes sindicais. A cidade figurava naquele momento
como uma das mais radicais dos Estados Unidos, e foi em suas ruas
fervilhantes que Mary descobriu seu talento de oradora e sua capacidade de
mobilizar multidões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">A invenção de Mary</span></b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">A dama decidiu então multiplicar seus
engajamentos militantes com a organização de cursos de educação política para
os trabalhadores sindicalistas, a participação na marcha de desempregados a
Washington em 1894, a coordenação da ação de mineradores de antracito na
Pensilvânia, entre outras iniciativas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Seu ato mais importante, porém, foi
inventar a “Mother Jones”. Mary Harris era uma imigrante irlandesa pobre que
fugiu da fome; Mary Jones, esposa de um operário, mãe de família e viúva,
vivia na pobreza em Chicago; “Mother Jones” seria a “velha Mãe” da classe
operária norte-americana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Esses novos hábitos a transformaram.
A nativa de Cork se recusava a ser chamada de Mary e assinava seu novo nome
em todas as cartas. Mesmo os homens de negócios e os presidentes dos Estados
Unidos a chamavam dessa forma. Atrás de seus velhos vestidos negros e de sua
imagem de mulher virtuosa e sábia, Mother Jones dissimulava um vigor físico e
oratório incrível. Percorria estradas para participar de encontros políticos,
dar assistência e proferir discursos que denunciavam as leis sem limites do
mercado; também ridicularizava os ricos para que o povo tomasse consciência
de sua própria força e da injustiça de sua condição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Ela se opunha ao direito de voto das
mulheres − considerava-o uma mera distração burguesa − e acreditava que a
atenção dispensada às questões eleitorais apenas desviava os trabalhadores
dos problemas econômicos: “Os sindicatos devem mobilizar suas mulheres para
os problemas da indústria. A política não é apenas empregada da indústria. Os
plutocratas ocuparam suas mulheres: eles as ocupam com o voto e com a
caridade”,<b><sup>3</sup></b>explica Mother Jones em sua autobiografia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">A “mulher mais perigosa da América”,
segundo as palavras de um procurador da Virgínia Ocidental, resistia à
polícia, aos detetives particulares, ao Exército; desafiava abertamente as
ordens dos juízes, desmoralizava governadores, atacava homens de negócios. E
pagou por suas audácias com muitas temporadas na prisão. Assim que saía,
Mother Jones reincidia: incentivava operários a se sindicalizar e a
interromper o trabalho, além de organizar manifestações com suas esposas que,
munidas de vassouras e esponjas, impediam os fura-greves de penetrar nas
minas. Mother Jones também colaborou com os revolucionários mexicanos
instalados nos Estados Unidos, os prisioneiros políticos da Califórnia e os
siderúrgicos do Centro-Oeste do país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Entre 1890 e 1910, essa figura do
movimento operário se engajou em centenas de greves – algumas particularmente
violentas –, principalmente ao lado do Sindicato dos Mineiros (United Mine
Workers): greve dos mineiros de cobre de Calumet, dos cervejeiros de
Milwaukee, dos trabalhadores têxteis de Chicago, entre outras. Também
organizou, em 1903, na Filadélfia, uma das primeiras manifestações contra o
trabalho infantil; participou da fundação do Partido Socialista dos Estados
Unidos em 1901 e do sindicato radical Industrial Workers of the World (IWW),
em 1905.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">No início do século XX, os
trabalhadores norte-americanos conheceram tempos difíceis; o carvão ainda era
o principal combustível e o trabalho nas minas ocupava 750 mil homens. Esses
mineradores recebiam cerca de US$ 400 por ano, muitas vezes em moeda privada
timbrada pela empresa, o que os forçava a viver nas vilas fundadas pelo empregador
e, portanto, submetidas a seu controle. Os 500 mil siderúrgicos trabalhavam
doze horas por dia, seis dias por semana. Milhões de mulheres e crianças se
esgotavam nas usinas e ateliês de costura por alguns centavos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Radicalidade apurada</span></b><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Mother Jones alertava para essas
condições dramáticas de existência. Em 1901, na<i>International Socialist
Review</i>, ela descreveu, por exemplo, a vida numa fábrica de algodão:
“Crianças de 6 ou 7 anos eram arrancadas da cama às 4h30 da manhã pelo apito
do feitor. O café da manhã era singelo: café preto, um pedaço de pão
mergulhado no óleo de algodão no lugar de manteiga. Em seguida, esse exército
de servos – tanto os grandes como os pequenos – marchava até os muros da
indústria, onde começavam a jornada às 5h30 em meio ao barulho ensurdecedor
das máquinas que golpeavam essas jovens vidas durante catorze horas todos os
dias”. No fim da descrição, uma constatação: “Fora a queda completa do
sistema capitalista, não vejo solução possível. E acredito que um pai que
vota pela perpetuação do capitalismo é tão mortal quanto se empunhasse uma
pistola e assassinasse os próprios filhos”.<b><sup>4</sup></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Mother Jones pertence a uma época que
viu nascer o </span><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 12.75pt;">socialismo de Eugene Debs e Big Bill Haywood, fundador do IWW; o
anarquismo de Emma Goldman; a luta pela libertação de W. E. B. du Bois, o
popular jornalista radical de Julius Wayland, editor da publicação socialista </span><i style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 12.75pt;">Apelo
à razão</i><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 12.75pt;">. Perante o peso esmagador das empresas privadas nos Estados
Unidos, as ideias desses militantes continuam atuais: mobilizar os
norte-americanos por meio dos sindicatos e dos partidos políticos, passando
pela rebelião aberta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">É nesse contexto de efervescência
social e política que Mother Jones se engajou arduamente na “guerra dos
mineradores” da Virgínia Ocidental de 1912-1913 – confronto que deixou pelo
menos cinquenta mortos.<b><sup>5</sup></b>Alguns anos mais tarde, no fim da
Grande Guerra, sua saúde começou a declinar, assim como suas proezas
oratórias. Ela se dedicou então a escrever sua autobiografia. No dia 1° de
maio de 1930, seus numerosos simpatizantes acreditaram festejar o centésimo
aniversário de Mother Jones – que tinha, na realidade, 93 anos. Seis meses
depois, ela faleceu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Seus amigos a enterraram no cemitério
do Sindicato dos Mineradores em Illinois, ao lado dos “militantes valentes”
caídos pela causa dos trabalhadores. Milhares de pessoas se reuniram no local
para escutar a oração fúnebre do reverendo John Maguire, e outras dezenas de
milhares seguiram a transmissão da cerimônia pela WCKL, a rádio operária de
Chicago: “Hoje, em suas magníficas mesas de mogno, bem protegidos em capitais
longínquas, os proprietários de minas e os capitalistas suspiram aliviados.
Hoje, nas planícies de Illinois, nas colinas e vales da Pensilvânia e da
Virgínia, na Califórnia, Colorado e Colúmbia Britânica, homens fortes e
mulheres esgotadas pelo trabalho derramam lágrimas amargas. A razão é a
mesma: Mother Jones está morta”.<b><sup>6</sup></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Elliot J. Corn<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;">Professor de história na Universidade
Brown e autor de "Mother JOnes: the most dangerous woman in America (
Mother Jones: a mulher mais perigosa da América), Wang and Hill, Nova York,
2001.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt;"><br />
<br />
1 Upton Sinclair. The coal war [A guerra do carvão]. Boulder: Colorado
Associated University Press, 1976.<br />
2 Para encontrar essas diversas cartas, cf. “General records of the
department labor, 1907-1942” [Registro geral do Departamento do Trabalho],
Arquivo de Chief Clerk, grupo 174, caixa 24, 16/13, e<br />
“Conditions of coal fields in West Virginia” [Condições dos campos de carvão
no Oeste da Virgínia], Administração de Arquivos e Registros Nacionais.<br />
3 Mother Jones. The Autobiography of Mother Jones [A autobiografia de
Mother Jones]. Chicago: Charles Kerr, 1925.<br />
4 Mother Jones. Civilization in Southern mills [Civilização nas fábricas do
Sul]. International Socialist Review, Chicago, mar. 1901.<br />
5 David A. Corbin. Life, Work, and Rebellion in the Coal Fields: The Southern
West Virginia Miners, 1880-1922 [Vida, trabalho e rebelião nos campos de
carvão: os mineradores do sudoeste da Virgínia]. Urbana:<br />
University of Illinois Press, 1981.<br />
6 Reverendo John Maguire, Panegyric to Mother Jones [Panegírico a Mother
Jones], tirado do boletim semanal da Federação do Trabalho do estado de
Illinois, n.16 (37), 1930.</span><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-5592637142350313702015-08-18T20:03:00.001-03:002015-08-18T20:03:52.401-03:00Princípios político-ideológicos do anarquismo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>“Opa. Você tem um texto básico
sobre anarquismo?” É uma mensagem que recebo com frequência. Caso tenha
conhecimento do hábito de leitura de quem realiza a solicitação, eu logo sugiro
o livro “No Café” ou “Anarquismo e anarquia”, os dois do anarquista Malatesta.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>O pedido
também é realizado de outra forma, como “Tem alguma leitura rápida para ter uma
noção bem básica sobre anarquismo?” Aí ferrou. Eu nunca sei o que indicar.
Lendo o livro “Bandeira Negra: rediscutindo o anarquismo”, do Felipe Corrêa*,
um fragmento será a sugestão daqui para frente. Segue;</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><b>Princípios político-ideológicos do
anarquismo</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por meio da definição de anarquismo
apresentada e discutida neste capítulo, pode-se estabelecer um conjunto de
princípios político-ideológicos, que permite sumarizá-la. Trata-se, assim, de
uma síntese das posições colocadas, de maneira a formular princípios que
constituem as bases da ideologia anarquista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ética
e valores</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> - A defesa de uma concepção ética, capaz de subsidiar críticas
e proposições racionais, pautada nos seguintes valores: liberdade individual e
coletiva; igualdade em termos econômicos, políticos e sociais; solidariedade e
apoio mútuo; estímulo permanente à felicidade, à motivação e à vontade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Crítica
da dominação -</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A crítica das dominações da classe – constituídas
por exploração, coação física e dominações político-burocrática e cultural-ideológica
– e de outros tipos de dominação (gênero, raça, imperialismo, etc.). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Transformação
social do sistema e do modelo de poder</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> - O reconhecimento de que as
estruturas sistêmicas fundamentadas em distintas dominações constituem sistemas
de dominação e a identificação, por meio de uma crítica racional, fundamentada
nos valores éticos especificados, de que esse sistema tem de ser transformado
em um sistema de autogestão. Para isso, torna-se fundamental a transformação do
modelo de poder vigente, de um poder dominador, em um poder autogestionário.
Nas sociedades contemporâneas, essa crítica da dominação implica uma oposição
clara ao capitalismo, ao Estado e às outras instituições criadas e sustentadas
para a manutenção da dominação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Classes
e luta de classes </span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- A identificação de que, nos diversos sistemas de
dominação, com suas respectivas estruturas de classes, as dominações de classe
permitem conceber a divisão fundamental da sociedade em duas grandes categorias
globais e universais, constituídas por classes com interesses inconciliáveis:
as classes dominantes e as classes dominadas. O conflito social entre essas
classes caracteriza a luta de classes. O anarquismo surge como uma ideologia
das classes dominadas e tem por objetivo impulsionar essa transformação que
implica, para a construção de um poder autogestionário, o fim das classes
sociais, a ser levado a cabo em um tipo de socialismo ao qual se chega por meio
de uma revolução social. Outras dominações devem ser combatidas
concomitantemente às dominações de
classe, sendo que o fim das últimas não significa, obrigatoriamente, o fim das
primeiras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Classismo
e força social -</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A compreensão de que essa transformação social de
base classista implica uma prática política, constituída a partir da
intervenção na correlação de forças que constitui as bases das relações de
poder vigentes. Busca-se, nesse sentido, transformar a capacidade de realização
dos agentes sociais que são membros das classes dominadas em força social,
aplicando-a na luta de classes e buscando aumentá-la permanentemente. Esse
aumento permanente de força social pode ser buscado por meio das práticas junto
a agentes dominados em termos de raça, gênero, nacionalidade, mas, nesses
casos, essa luta exige uma perspectiva classista e internacionalista,
permanente em toda a prática anarquista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Internacionalismo - </span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A defesa de um classismo que não se
restrinja às fronteiras nacionais e que, por isso, fundamente-se no
internacionalismo, o qual implica, no caso das práticas junto a agentes
dominados por relações imperialistas, a rejeição do nacionalismo e, nas lutas
pela transformação social, a necessidade de ampliação da mobilização das
classes dominadas para além das fronteiras nacionais. O projeto revolucionário
anarquista prevê uma necessidade de internacionalização da revolução, de
maneira a dar condições de existência à autogestão generalizada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estratégia
-</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">
A concepção racional, para esse projeto de transformação social, de estratégias
adequadas, que implicam leituras da realidade e o estabelecimento de caminhos
para as lutas. Ainda que o método de análise e as teorias não constituam
critérios para definir o anarquismo, e nem mesmo critérios para definição de
suas correntes, eles sempre são elaborados racionalmente e utilizados, em
distintas perspectivas, de acordo com a localidade e a época em que atuam os
anarquistas, acompanhando essa perspectiva geográfica e histórica. O objetivo,
de tipo finalista, de se chegar a um socialismo que se caracteriza por um
sistema de autogestão e um poder autogestionário está sempre presente como
perspectiva e projeto dos anarquistas. O caminho para essa transformação é
sempre concebido em termos estratégicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Elementos
estratégicos -</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Ainda que
os anarquistas defendam estratégias distintas, alguns elementos estratégicos
são considerados princípios: o estímulo à criação de sujeitos revolucionários,
mobilizados entre os agentes que constituem parte das classes sociais concretas
de cada época e localidade, as quais dão corpo às classes dominadas, a partir
de processos que envolvem a consciência de classe e do estímulo à vontade de
transformação; o estímulo permanente ao aumento de força social das classes
dominadas, de maneira a permitir um processo revolucionário de transformação
social; a coerência entre objetivos, estratégias e táticas e, por isso, a
coerência entre fins e meios e a construção, nas práticas de hoje, da sociedade
que se quer amanhã; a utilização de meios autogestionários de luta que não
impliquem a dominação, seja entre os próprios anarquistas ou na relação dos
anarquistas com outros agentes; a defesa da independência e da autonomia de
classe, que implica a recusa às relações de dominação estabelecidas com
partidos políticos, Estado ou outras instituições ou agentes, garantindo o
protagonismo popular das classes dominadas, o qual deve ser promovido por meio
da construção da luta pela base, de baixo para cima, envolvendo a ação direta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Revolução
social e violência -</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A busca de
uma revolução social, que transforme o sistema e o modelo de poder vigentes, sendo
que a violência, como expressão de um nível mais acirrado de confronto, é
aceita, na maioria dos casos, por ser considerada inevitável. Essa revolução
implica lutas combativas e mudanças de fundo nas três esferas estruturadas da
sociedade e não se encontra dentro dos marcos do sistema de dominação presente
– está além do capitalismo, do Estado, das instituições dominadoras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Defesa
da autogestão -</span></b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A defesa da autogestão que fundamenta a prática
política e a estratégia anarquistas constitui as bases para a sociedade futura
que se deseja construir e envolve socialização da propriedade em termos
econômicos, o autogoverno democrático em termos políticos e uma cultura
autogestionária. Norteada pelos valores da ética anarquista, essa sociedade é
necessariamente socialista e garante a todos liberdade individual e coletiva;
igualdade em termos econômicos, políticos e sociais; solidariedade e apoio
mútuo; estímulo permanente à felicidade, à motivação e à vontade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">*O
texto é um fragmento retirado e adaptado do livro “Bandeira Negra: rediscutindo
o anarquismo”, do Felipe Corrêa. Editora Prisma, Curitiba. 2015.<o:p></o:p></span></i></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-2649919410604311052015-08-01T00:52:00.001-03:002015-08-01T00:52:05.524-03:00Depois de Nina<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">"Escolhi refletir o tempo e as
situações em que me encontro. Para mim, isso é o meu dever, e neste momento
crucial de nossas vidas, quando tudo é tão desesperador, quando tenta apenas
sobreviver cada dia, não tem como não se envolver. Jovens brancos e negros
sabem disso, e é por isso que estão tão envolvidos com a política. Vamos
modelar e dar forma a este país ou ele não será nem modelado nem receberá forma
alguma. Não se tem escolha... Como ser
artista e não refletir a época?"<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nina Simone. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/-HM2S6TVYII/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/-HM2S6TVYII?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-56148053680500638322015-07-26T14:17:00.000-03:002015-07-26T14:21:44.932-03:00Programa "Propagar rebeldias" # 01<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Faça de conta que você sintonizou
uma rádio. No horário a programação apresenta uma seleção de punk rock, músicas
carregadas de rebeldia e energia, tudo muito reto e cru. O nome do programa? Você
pode chamar de “Propagar rebeldias”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/C9uMNZC_GGc/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/C9uMNZC_GGc?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eu vagava pelo youtube sem nenhum
destino, até pintar a sugestão de ouvir a música “Valetín Alsina</span><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">“, dos argentinos do Dos Minutos. A letra e
a possibilidade de reunir três amigos para fazer uma versão tratando da
esquerda do bairro Floresta me animaram. A versão não será uma realidade, mas a
música que inspirou a ideia está aí.</span><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Na última semana conversei com amigos de luta sobre a Irlanda. Motivado
pelo papo informal assisti dois filmes sobre os intensos conflitos e o cotidiano
violento de Belfast. Belfast lembra punk rock, não é?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Nada melhor do que iniciar com um clássico que está presente em 8 de cada 10
filmes que retratam Belfast nas décadas de 1970 e 1980.</span><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/sKsN5cj9ehs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/sKsN5cj9ehs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A banda Rudi pouco conheço. Mas
lendo sobre a gravadora Good Vibrations, acabei por encontrar o trio punk Rudi.
Fiquei amarrando na sonoridade.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/UfFDHqOXiFk/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/UfFDHqOXiFk?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/7EnuDIsKvEY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/7EnuDIsKvEY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Fecho a programação com uma música
para os idiotas que assumem discursos de ódio aos direitos humanos no rolê do
rock local. Então, tome uma canção dos Deserdados na sua orelha.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-80342106551656952512015-07-23T18:45:00.000-03:002015-07-23T18:45:58.454-03:00Uma carta de 1871<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>Eu
tenho uma curta experiência com teatro. Não tenho formação acadêmica, somente cursos
e leituras avulsas. Entre um trabalho e outro, tomei conhecimento da Carta aos
Artistas de Paris, escrita pelo pintor <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Courbet" target="_blank">Gustave Coubert</a>, em 19 de março de 1871, na
emblemática revolta popular de Paris, a Comuna. A carta de Coubert fala do seu
contexto histórico, é claro. Porém, não é possível deixar de considerar que
toca pontos silenciados pela classe artística contemporânea. Deixo com você,
caro leitor e leitora, a carta de Coubert. </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white;"><span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">“Paris,
18 de março de 1871</span><br />
<br /><span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
Meus queridos companheiros artistas,</span><br />
</span><br />
<span style="background: white;"><span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Vocês me deram a honra, em sua reunião, de me indicar seu presidente. Eu os
estou convocando aqui, em nome do comitê que foi designado a auxiliar-me, para
reportar-lhes sobre nossas fiscalizações e nossas ações. Aproveitaremos também
esse encontro para apresentar diversas idéias que surgiram durante o exercício
de nossas atividades, em uma proposta para uma nova reorganização da
Administração das Belas Artes, que tem como objetivo promover a Exposição e os
interesses das artes e dos artistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">As administrações anteriores que governaram a França quase destruíram a arte
sob sua proteção, ao suprimir sua espontaneidade. Essa abordagem feudal,
sustentada por um governo despótico e discricionário, não produziu nada além de
arte aristocrática e teocrática, justamente o oposto das tendências modernas,
de nossas necessidades, de nossa filosofia, e da revelação do homem
manifestando sua individualidade e sua independência física e moral. Hoje, numa
época em que a democracia deve reger todas as coisas, seria ilógico a arte, que
conduz o mundo, ficar para trás na revolução que está ocorrendo agora na
França.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Para alcançar esse objetivo, discutiremos em uma assembléia de artistas os
planos, projetos e idéias que nos serão submetidos, no intuito de realizar uma
nova reorganização da arte e de seus interesses materiais.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Não há dúvidas que o governo não deve tomar a dianteira em questões públicas,
pois não é capaz de carregar em seu interior o espírito de uma nação;
consequentemente, qualquer proteção será em si mesma prejudicial. As academias
e o Instituto, que apenas promovem a arte convencional e banal, para que sejam
julgados por seus integrantes, opõem-se necessária e sistematicamente a novas
criações da mente humana e infligem a morte de mártires em todos os homens inventivos
e talentosos, em detrimento de uma nação e para a glória de uma tradição e
doutrina estéreis.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Vejam, por exemplo, o caso deplorável da École des Beaux-Arts, favorecida e
subsidiada pelo governo. Essa escola não apenas desvia nossos jovens, mas nos
priva da arte francesa, com suas finas procedências, favorecendo, sobretudo, a
tradição túrgida e religiosa italiana, que vai de encontro ao espírito da nossa
nação. Essas condições podem apenas perpetuar a arte pela arte e a produção de
trabalhos estéreis, sem caráter ou convicção, enquanto nos privam de nossa
própria história e espírito sem qualquer compensação.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Portanto, para tomarmos decisões sobre bases mais racionais e mais adequadas
aos nossos interesses comuns, no intuito de abolir os privilégios, as falsas
distinções que estabelecem entre nós hierarquias perniciosas e ilusórias, é
desejável que os artistas (como nas províncias e em todos os países vizinhos)
definam seu próprio curso. Deixe que eles determinem como farão as exposições;
deixe que definam a composição dos comitês; deixe que obtenham o local onde
será a próxima exposição. Isso pode ser resolvido até 15 de maio, pois é
urgente que todos os franceses comecem a ajudar o país a se salvar de um imenso
cataclismo.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">É impossível que qualquer artista não tenha um ou dois trabalhos que ainda não
tenham sido exibidos. Para os demais, chamaremos artistas estrangeiros.
Excluiremos, certamente, os artistas alemães, mesmo que isso seja contrário aos
princípios da descentralização e solidariedade. Mas os alemães, após terem se
beneficiado de aquisições francesas e comissões por tanto tempo sem
reciprocidade, nos obrigam, por sua traição e espionagem, a tomar tal atitude
nesse momento.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">O local de encontro será anunciado em breve, bem com o as propostas a serem
submetidas aos artistas.</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Saudações fraternais,</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">G. Courbet”</span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: 'Courier New'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
</span>.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-75155338583362438032015-07-19T11:00:00.000-03:002015-07-19T14:30:18.525-03:00Dossiê Malatesta<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i><span style="line-height: 115%;">“</span><span style="background-color: white; line-height: 19.2000007629395px; text-align: start;">Queremos mudar radicalmente tal estado de coisas. E visto que todos estes males derivam da busca do bem-estar perseguido por cada um por si e contra todos, queremos dar-lhe uma solução, substituindo o ódio pelo amor, a concorrência pela solidariedade, a busca exclusiva do bem-estar pela cooperação, a opressão pela liberdade, a mentira religiosa e pseudocientífica pela verdade.</span></i><span style="line-height: 115%;"><i>” </i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Errico Malatesta</b> (Fonte <a href="http://pt.protopia.at/wiki/O_Que_Queremos" target="_blank">aqui</a>.)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O dia 22 de julho de 1932 foi
marcado pela morte do anarquista italiano Errico Malatesta. A trajetória de
vida do Malatesta foi dedicada à luta revolucionária. Viajou e lutou na Europa,
no norte da África e na América Latina. O presente dossiê é uma seleção de
artigos para conhecer o trabalho militante do Malatesta. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-lDQclfZSMK8/VaqK07QWCCI/AAAAAAAABj4/XnbhMSS_W50/s1600/1509644_227163027475214_1245670323_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-lDQclfZSMK8/VaqK07QWCCI/AAAAAAAABj4/XnbhMSS_W50/s320/1509644_227163027475214_1245670323_n.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: small; line-height: 18.3999996185303px; text-align: justify;">Atividade realizada em Joinville, ano passado. Informações clique </span><a href="https://www.facebook.com/events/520499308058702/" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: medium; line-height: 18.3999996185303px; text-align: justify;" target="_blank">aqui</a><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: small; line-height: 18.3999996185303px; text-align: justify;">. </span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lDQclfZSMK8/VaqK07QWCCI/AAAAAAAABj4/XnbhMSS_W50/s1600/1509644_227163027475214_1245670323_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;">No Brasil não foi publicado livro biográfico do Malatesta. Mas é possível ler artigos biográficos que apresentam um pouco da história de vida e das visões políticas e estratégicas do companheiro de luta. Eu destaco o artigo do </span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;">professor Maurício Tragtenberg, que publicou na Folha de São Paulo, no dia 16 de janeiro de 1983, o artigo "A atualidade de Errico Malatesta". Para ler clique </span><a href="http://www.espacoacademico.com.br/015/15pm_160183malatesta.htm" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;" target="_blank">aqui</a><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;">. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="text-align: start;">A Organização Resistência Libertária, do Ceará, integrante da </span><a href="http://anarquismo.noblogs.org/" style="text-align: start;" target="_blank">Coordenação Anarquista Brasileira</a><span style="text-align: start;">, elaborou um caderno de formação política com artigos do Malatesta. Os artigos correspondem a nossa concepção de anarquismo, teoria e sindicalismo. Clique </span><a href="http://www.resistencialibertaria.org/attachments/Cole%C3%A7%C3%A3o%20Teoria%20Anarquista_Caderno%20N%C2%BA%201_Errico%20Malatesta_Cadernos%20Anarquistas.pdf" style="text-align: start;" target="_blank">aqui</a><span style="text-align: start;"> para acessar o material. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O portal Protopia oferece um banco de textos de autoria do Malatesta, basta clicar <a href="http://pt.protopia.at/wiki/Errico_Malatesta" target="_blank">aqui</a>. A minha sugestão é começar a leitura pelo livro "Escritos Revolucionários", clique <a href="http://pt.protopia.at/wiki/Escritos_Revolucion%C3%A1rios" target="_blank">aqui</a>. É a obra mais indicada para conhecer a concepção de Malatesta sobre anarquismo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>“Porém, nós anarquistas não podemos emancipar o povo, queremos que o povo se emancipe. Não acreditamos no bem que vem do alto e se impõe pela força; queremos que o novo modo de vida social surja das vísceras do povo, que corresponda ao grau de desenvolvimento alcançado pelos homens e que possa progredir na medida em que eles progridem. A nós importa, portanto, que todos os interesses e todas as opiniões encontrem em uma organização consciente a possibilidade de fazer-se valer e de influir sobre a vida coletiva em proporção a sua importância.”</i></span></span></div>
<div>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Errico Malatesta </b>(Fonte <a href="https://anarquismorj.wordpress.com/textos-e-documentos/textos-da-farj/a-oea-como-consequencia-do-acumulo-organizativo/" target="_blank">aqui</a>.)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O companheiro e pesquisador Felipe Corrêa tem um depoimento em vídeo sobre Malatesta. O vídeo aborda dados biográficos, ambiente político, teoria social, anarquismo, ideologia e estratégia. O material discute a contribuição de Malatesta para o anarquismo especifista, que é defendido pela <a href="http://a%20organiza%C3%A7%C3%A3o%20resist%C3%AAncia%20libert%C3%A1ria%2C%20do%20cear%C3%A1%2C%20integrante%20da%20coordena%C3%A7%C3%A3o%20anarquista%20brasileira%2C%20elaborou%20um%20caderno%20de%20forma%C3%A7%C3%A3o%20pol%C3%ADtica%20com%20artigos%20do%20malatesta.%20os%20artigos%20correspondem%20a%20nossa%20concep%C3%A7%C3%A3o%20de%20anarquismo%2C%20teoria%20e%20sindicalismo.%20clique%20aqui%20para%20acessar%20o%20material.%20%20%20a%20portal%20protopia%20oferece%20um%20banco%20de%20textos%20de%20autoria%20do%20malatesta%2C%20basta%20clicar%20aqui.%20a%20minha%20sugest%C3%A3o%20%C3%A9%20come%C3%A7ar%20a%20leitura%20pelo%20livro%20%22escritos%20revolucion%C3%A1rios%22%2C%20clique%20aqui./" target="_blank">Coordenação Anarquista Brasileira</a>. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/82Tk715A8tE/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/82Tk715A8tE?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>"<span style="background-color: white; line-height: 19.2000007629395px;">Não se trata, portanto, de chegar à anarquia hoje ou amanhã, ou em dez séculos, mas caminhar rumo a anarquia hoje, amanhã e sempre." </span></i></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 19.2000007629395px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; line-height: 19.2000007629395px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Errico Malatesta</b> (Fonte <a href="http://pt.protopia.at/wiki/Rumo_%C3%A0_Anarquia" target="_blank">aqui</a>.)</span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-72053334542266328292015-07-18T12:45:00.002-03:002015-07-18T12:54:55.319-03:00Dane-se o STAMMTISCH!!!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Cada cidade tem a classe dominante
que merece. Mentira. Cada cidade tem a classe dominante de acordo com sua
formação social e histórica. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em Joinville, se construiu um imaginário que somos
uma cidade “alemã”. Por conta disso, diferentes atividades são realizadas em defesa do
imaginário e pela manutenção da tradição, é claro que a classe dominante não
lembra que as tradições são invenções, como disse o velho historiador “Ruberval” (como era chamado carinhosamente no corredor do Bloco A, na UNIVILLE).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os mais velhos costumam sentar numa
mesa e beber com o seu grupo seleto de amigos. Os amigos em sua maioria são
brancos, de origem alemã. O evento é conhecido por STAMMTISCH. Nos últimos
anos, o STAMMTISCH tomou uma proporção entre o público jovem que “se veste bem
e tem poder de compra”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O motivo do post é o STAMMTISCH da
Câmara dos Dirigentes Lojistas. O STAMMTISCH é um evento que as pessoas ditas
de “origem” se encontram para beber, beber e beber em via pública. O novo “caráter”
do STAMMTISCH foi abraçado pelos jovens empreendedores da ACIJ, inclusive da
CDL. Ou seja, são os ricos querendo bancar "de alemão". Chega a ser bizarro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A CDL publicou o regulamento do
STAMMTISCH de 2015, que acontece no mês de outubro, na rua da diversão da “playboy”. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A cláusula <span style="background: white; color: #141823;">30ª diz; “<i>Por ser evento de cultura germânica, não
será permitido samba, pagode, chorinho, rock, e outros estilos que
descaracterizem essa etnia.</i></span>”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Qual
é o motivo da indignação? Vou pontuar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-stretch: normal; line-height: 18.3999996185303px;"><span style="font-family: Courier New;"> 1)</span></span><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em 2013, esta mesma
elite atacou a luta do movimento negro. Conseguiram cancelar o dia 20 de
novembro como feriado da consciência negra. Leia <a href="http://ndonline.com.br/joinville/noticias/116217-tj-sc-cancela-feriado-da-consciencia-negra-em-joinville.html" target="_blank">aqui. </a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> 2) É a mesma elite
responsável pela exploração econômica nos postos de trabalho e será a
beneficiada com o projeto da Lei de Ordenamento Territorial, a LOT.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> 3) A política cultural
da Fundação Cultural de Joinville tem se dedicado a essa elite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Caso eu fosse fazer a linha de DJ no "anti-STAMMTISCH", já tenho uma seleção prévia para um sonoro foda-se a classe dominante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/iZq88N208Pk/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/iZq88N208Pk?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Le Fly para começar em ritmo de festa transglobal radical e futebol</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/N_hArGT-Mh8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/N_hArGT-Mh8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">The Buttocks com "nein nein nein". </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/v4e7xSfV0xA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/v4e7xSfV0xA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Rasta Knast cantando um punk rock brasileiro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Lur-SGl3uw8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Lur-SGl3uw8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nena com os seus 99 balões vermelhos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ZRaBfKU2Sl4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/ZRaBfKU2Sl4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Atari Teenage Riot com sua fúria do rolê eletrônico. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/mHU9nUeDTKU/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/mHU9nUeDTKU?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Entrails Massacre para fazer a digestão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/xjO4GMGd7xI/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/xjO4GMGd7xI?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #141823; font-family: Courier New;"><span style="background-color: white; line-height: 18.3999996185303px;">Nada melhor do que finalizar a seleção com uma demonstração pública da desordem e caos alemão. </span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-61612488734903731792015-07-06T20:29:00.000-03:002015-07-06T20:29:00.335-03:00Lembranças de uma greve. <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="line-height: 115%;">A postagem tem por objetivo lembrar um episódio importante dos/as oprimidos/as no mundo do trabalho nas cidades brasileiras, a greve geral de 1917. No intuito de lembrar, publico um trecho de Edgar Leueroth sobre o terrível episódio da repressão policial contra a luta da classe trabalhadora e um recorte do texto de </span><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Nicolina Luiza de Petta. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Um relato da repressão por </span></span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Edgard_Leuenroth" style="background-color: white; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 22.3999996185303px;" target="_blank">Edgard Leueroth</a><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 22.3999996185303px;">, anarquista e editor do Jornal Operário A Plebe.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 22.3999996185303px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-PEhek_DEm0k/VZHUGyNsn2I/AAAAAAAABh4/2X45FzIr_fc/s1600/Edgard_Leuenroth_pris%25C3%25A3o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="http://3.bp.blogspot.com/-PEhek_DEm0k/VZHUGyNsn2I/AAAAAAAABh4/2X45FzIr_fc/s400/Edgard_Leuenroth_pris%25C3%25A3o.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Edgar no dia da sua prisão na greve geral.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">"</span><i style="background-color: white; text-align: start;"><span style="color: #252525;"><span style="line-height: 22.3999996185303px;">O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (…) No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da família do operário assassinado, foi realizado outro comício.</span></span></i><span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">" </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;"><b>12 de julho de 1917 –
Greve Geral no país</b> por Nicolina Luiza de Petta. (recortes do texto original*).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No dia 12 de julho de
1917, a cidade de São Paulo parou: uma greve geral de cem mil trabalhadores
paralisou o trabalho nas fábricas e transportes. Essa foi a greve de maior
impacto do movimento operário no país nos primeiros anos da República. No
Brasil, greve também era denominada parede, e o movimento grevista denominado
paredista. O termo greve como sinônimo de paralisação do trabalho nasceu na França
em referencia a Praça Grève, localizada em Paris, onde os operários
desempregados reuniam-se na expectativa de serem chamados para trabalhar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No início do século XX,
crescia no Brasil a organização a mobilização dos trabalhadores com o objetivo
de conquistar melhorias de vida e trabalho. Em 1903 foi criada a federação das associações
de classe (posteriormente Federação Operária do rio de janeiro); em 1905,
organizou-se a Federação Operária de São Paulo. Associações semelhantes foram
criadas em outros estados brasileiros. Em 1906 foi realizado o 1º Congresso
Operário Brasileiro. As greves tornaram-se constantes e, em alguns momentos,
amplas e numerosas. Os anos de 1906, 1907, 1912 e 1913 foram de muita ação,
assim como o ano de 1919. Os acontecimentos de 1917, porém, marcaram de forma
mais profunda a história da luta de classes no Brasil. Esse ano foi de agitação
operária, com a eclosão de greves em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul. No entanto, o movimento mais intenso nas cidades do
Rio de Janeiro, então capital federal, e de São Paulo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Um conjunto de fatores
explica o clima de agitação social em 1917. A Primeira Guerra Mundial
(1914-1918) levou à diminuição das importações e ao aumento da demanda por
produtos nacionais; em 1916, as fábricas brasileiras ampliaram a produção e o
número de empregos aumentou. Mas a guerra foi responsável também por um grande
aumento no preço dos alimentos. Com os salários estagnados há anos, os
trabalhadores não conseguiam suportar a elevação crescente do custo de vida. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ao longo do primeiro
semestre de 1917 ocorreram greves de diversas categorias, a maior parte no Rio
de Janeiro. As principais reivindicações dos operários eram: aumento salarial,
redução da jornada diária para oito horas, fim do trabalho noturno para mulheres
e crianças, liberdade de associação e de manifestação, redução no preço dos
aluguéis, melhoria dos transportes públicos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No mês de Junho, o
movimento grevista ganhou força na cidade de São Paulo com a paralisação dos
operários do Cotonifício Crespi, aos quais irão se juntar, no início de julho,
trabalhadores de outras fábricas têxteis e também de outros setores.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span><span style="line-height: 115%;"></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-hssWoWc6hmA/VZHQps9fG4I/AAAAAAAABhU/24Li222KhIE/s1600/vinicius141.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="http://1.bp.blogspot.com/-hssWoWc6hmA/VZHQps9fG4I/AAAAAAAABhU/24Li222KhIE/s320/vinicius141.JPG" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Fonte da imagem <a href="http://lemad.fflch.usp.br/node/367" target="_blank">aqui</a>.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No dia 9 de julho,
segunda-feira, após um confronto com a polícia em frente à fábrica Antarctica
Paulista, os operários em greve seguiram para o bairro do Brás para fazer
piquete (impedir a entrada de trabalhadores que não aderiram à greve) na porta
da fábrica de tecidos Mariângela. No local, cinquenta policiais a cavalo e
trinta armados de fuzis tentaram dispersar a multidão; três operários ficaram
feridos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O governo determinou o
fechamento da Liga Operária da Mooca, uma atuante organização operária de
orientação anarquista, e da Escola Moderna, instituição de ensino libertária,
onde estudavam filhos de operários. A alegação foi a de que eram locais de
fomento das rebeliões.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-xVgAODjV88I/VZHRDKyoomI/AAAAAAAABhc/sgKpyMJ0d2c/s1600/vinicius91-264x300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-xVgAODjV88I/VZHRDKyoomI/AAAAAAAABhc/sgKpyMJ0d2c/s1600/vinicius91-264x300.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Fonte da imagem<a href="http://lemad.fflch.usp.br/node/367" target="_blank"> aqui</a>. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Essas ações, vistas
como arbitrariedades pelos trabalhadores aumentaram a tensão social. Como
resposta, na noite do dia 9, os grevistas criaram o Comitê de Defesa Proletária
(CDP), coordenado por Edgar Leuenroth, fundador do jornal anarquista A Plebe. A orientação
política predominante entre os operários em 1917 era o anarquismo. As tarefas
do CDP eram difundir as reinvindicações de interesse dos grevistas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No dia 10, o sapateiro
espanhol José Iñeguez Martinez, 21 anos, baleado no confronto do dia anterior,
morreu em decorrência do ferimento. O CDP decidiu fazer do enterro do
trabalhador um grande movimento contra a ação violenta da polícia. Por
intermédio da imprensa operária, o Comitê convocou a população a acompanhar o
féretro. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/--CRCZpMJG_4/VZHRNJ8l_PI/AAAAAAAABhk/Na_Ecv8qR2E/s1600/vinicius6.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/--CRCZpMJG_4/VZHRNJ8l_PI/AAAAAAAABhk/Na_Ecv8qR2E/s320/vinicius6.JPG" width="246" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 18.3999996185303px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">José Iñeguez Martinez. Fonte da imagem <a href="http://lemad.fflch.usp.br/node/367" target="_blank">aqui</a>. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Na manhã da
quarta-feira, dia 11, cerca de dez mil pessoas, de acordo com o jornal operário
Fanfulha, caminharam junto ao corpo do rapaz por várias ruas de São Paulo. A
polícia, previamente informada do trajeto, colocou seu efetivo guardando as
ruas, principalmente a Avenida Paulista, onde se localizavam os palacetes da
elite paulistana. Após o enterro, o CDP conseguiu reunir cerca de três mil
pessoas em um comício na Praça da Sé.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Foram registrados
saques a estabelecimentos comerciais trabalhadores em greve apedrejaram
fábricas e bondes e invadiram o Moinho Santista. À tarde, empresários reunidos buscavam uma
solução. Alguns, como Jorge Street, proprietário da Companhia Nacional de
Tecidos de Juta, entendiam que era preciso ceder e atender parte das
reivindicações; outros, como o dono do Cotonifício, Rodolfo Crespi, onde
começou a greve, mostravam-se irredutíveis, acreditando que a repressão
conseguiria desmobilizar os trabalhadores.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-zXvFDLd8SF8/VZHRyKWkFtI/AAAAAAAABhs/ZqOwrskaxNQ/s1600/S%25C3%25A3o_Paulo_%2528Greve_de_1917%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><img border="0" height="217" src="http://1.bp.blogspot.com/-zXvFDLd8SF8/VZHRyKWkFtI/AAAAAAAABhs/ZqOwrskaxNQ/s320/S%25C3%25A3o_Paulo_%2528Greve_de_1917%2529.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 18.3999996185303px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Protesto que acompanhou o corpo do operário José. Fonte da imagem <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Greve_Geral_de_1917" target="_blank">aqui</a>.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 18.3999996185303px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não foi o que
aconteceu. No dia 12 a cidade parou: a greve atingiu os trabalhadores da Companhia
de Gás e da Light, a companhia de energia elétrica, o que paralisou os bonés,
principal meio de transporte público, Tinha início a greve geral. Havia cerca
de 100 mil trabalhadores em greve na cidade, em um população estimada em 550
mil habitantes. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="line-height: 115%;">Um grupo de jornalistas
se ofereceu para intermediar as negociações entre os trabalhadores,
representados pelo CDP, e os patrões. Durante três dias – 13, 14 e 15 de julho
de 1917 – buscou-se uma solução conciliadora. Na segunda-feira, dia 16, com a
garantia de que suas principais </span><span style="line-height: 18.3999996185303px;">reivindicações</span><span style="line-height: 115%;"> seriam atendidas, os
trabalhadores votaram pelo fim da greve. No dia 17, a cidade começou a voltar
ao normal, mas a experiência na capital paulista incentivou paralisações no
interior e no litoral do estado e em outras unidades da Federação. A greve
geral de 1917 mostrou que já não era possível ignorar a presença do operariado
no conjunto de forças sócias em luta no Brasil.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Oficialmente, três
pessoas morreram durante o conflito: o sapateiro Martinez, um outro operário e
uma menina vítima de bala perdida. Calcula-se, porém, que o número de mortos
tenha ficado em torno de uma dezena. (...)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><i><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></i></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><i><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">* Texto na íntegra no “Dicionário
de datas da história do Brasil, Circe Bittencourt (Organizadora), Editora
Contexto, São Paulo. 2007</span></i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-71465457485334621942015-07-04T17:02:00.002-03:002015-07-04T17:09:14.405-03:00Cultura autogestionária <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>Nas últimas semanas, por meio da
Livraria 36, participei de atividades ligadas ao teatro comunitário e social em
Joinville. Nos dois eventos, conversamos sobre diferentes aspectos da relação do teatro com a cidade, do teatro com a esquerda e outros pontos. O
pensamento dominante no povo do teatro é a esquerda como unitária e com
base em leituras datadas no passado. Me parece que falta ampliar a leitura para outros
pontos e aspectos da esquerda, como a de caráter anarquista. Por conta disso, publico um
fragmento do livro “Bandeira Negra: rediscutindo o anarquismo”, de Felipe
Corrêa. O trecho é um estímulo para debater sobre a cultura do ponto de vista
anarquista.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">"4.3.2.4 Cultura autogestionária* <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Juntamente com as propostas para a
economia e a política, o anarquismo, historicamente, preocupou-se com a esfera
ideológica/cultural.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=9136637324650515574#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a> Sakae (apud Pelletier, 2004, p. 234) afirma,
em 1919: “por mais operários que sejamos, a situação não se resume a comer bem.
Temos reivindicações que vão mais longe.” Essa afirmação envolve uma condição,
comum entre os anarquistas, de compreender o conjunto de necessidades humanas
para além dos aspectos materiais. Se a religião, a educação e, mais
recentemente, a mídia, vêm sendo responsáveis por legitimar a dominação, o
anarquismo propõe uma cultura distinta, que legitime sua proposta de
autogestão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-XSdm46bRAkQ/VZg59aewfbI/AAAAAAAABiQ/s2Bl2n8qOvY/s1600/138.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="http://3.bp.blogspot.com/-XSdm46bRAkQ/VZg59aewfbI/AAAAAAAABiQ/s2Bl2n8qOvY/s400/138.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New'; line-height: 115%;"><b><span style="font-size: x-small;">Espaço de criação e produção dos cartazes estudantis e operários na revolta no mês de maio, em 1968, em Paris.</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Para os anarquistas, a autogestão
econômica e política deve ser acompanhada de uma cultura autogestionária,
forjada em bases ideológicas e em uma ética pautada em valores, capaz de
sustentar seu projeto econômico e político – algo que Bakunin (1972, p. 249)
chamou de uma “nova fé”, e o coreano Chaeho (2005, p. 375) de “cultura das
massas”, a qual deveria “destruir pensamentos culturais servis”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Rudolf de Jong (2008, p. 63),
anarquista holandês, também trata do tema, em 1975, ao enfatizar que “no
anarquismo, os valores humanos desempenham uma parte importante”. Essa ética
anarquista é o elemento universal promovido transversalmente em todos os
contextos, pautada, no caso de uma sociedade futura, com a autogestão
funcionando plenamente, nos seguintes valores: liberdade individual e coletiva,
no sentido de desenvolvimento pleno das faculdades, capacidades e pensamento
crítico de cada um e de todos, fora da dominação; igualdade, em termos
econômicos, políticos e sociais, promovida por meio da autogestão e incluindo
questões de gênero e raça; solidariedade e apoio mútuo, sustentando relações
fraternas e colaborativas entre as pessoas e não de individualismo e
competição; estímulo permanente à felicidade, à motivação e à vontade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-dicFuEywqkk/VZg6j1BmvGI/AAAAAAAABiY/7DZOBMmgqUw/s1600/foto%2Brenan%2Bbrejarano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-dicFuEywqkk/VZg6j1BmvGI/AAAAAAAABiY/7DZOBMmgqUw/s400/foto%2Brenan%2Bbrejarano.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New'; line-height: 115%;"><span style="font-size: x-small;"><b>Manifestação contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em Joinville, em 2014. Fotografia do Renan B.</b></span></span><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Harrison (1947), nesse sentido,
escreve: “devemos expandir as associações voluntárias de acordo com nossos
interesses comuns para a inovação científica e a produção do belo e para
ampliar nossas liberdades sociais”. A intervenção dos anarquistas de acordo com
esses valores éticos deve fortalecer as associações, de maneira a promover a
cultura autogestionária defendida pelos anarquistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um dos aspectos muito desenvolvidos
no anarquismo foi a educação, por meio da discussão sobre a pedagogia
libertária. Reclus (2002, p. 108) explica, em 1897: “o ideal dos anarquistas
não é suprimir a escola, ao contrário, fazê-la crescer, fazer da própria
sociedade um imenso organismo de ensinamento mútuo, onde todos seriam
simultaneamente alunos e professores”. Essa ampliação da educação, estendendo-a
ao conjunto da sociedade, é fundamental para estimular os valores condizentes
com a prática da autogestão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tal educação é, ao mesmo tempo,
integral, pois busca fortalecer completamente o desenvolvimento individual:
intelectualmente, por meio do conhecimento científico das distintas áreas da
vida e do estímulo permanente à cultura; tecnicamente, preparando para o
trabalho e capacitando para a realização de tarefas manuais e intelectuais;
fisicamente, tendo por objetivo promover a saúde e bem-estar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O anarquista espanhol Francisco
Ferrer y Guardia enfatiza, em 1908, que o objetivo anarquista na educação é
criar <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">homens
capazes de evoluir incessantemente; capazes de destruir, de renovar
constantemente os meios, renovar-se a si mesmos; homens cuja independência
intelectual seja a força suprema, que nunca se sujeitem ao que quer que seja;
dispostos a aceitar sempre o melhor, felizes pelo triunfo das novas idéias e
que aspirem a viver vidas múltiplas em uma única vida.</span></i><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> (Ferrer y
Guardia, 2006, p. 67-68) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O conceito-chave da pedagogia
libertária é a promoção da educação por meio da liberdade e para a liberdade,
criando permanentemente uma humanidade completa, com corpo e mente plenamente
satisfeitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Qc5eR4VipWs/VZg7DUdZsYI/AAAAAAAABig/Elzu-HyCj0s/s1600/CAM00562.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-Qc5eR4VipWs/VZg7DUdZsYI/AAAAAAAABig/Elzu-HyCj0s/s400/CAM00562.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New'; line-height: 115%;"><span style="font-size: x-small;"><b>Eduardo Bez, do Grupo Morro do Ouro, declama as suas poesias no Sarau 1º de maio, em Joinville, no ano de 2015.</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Também faz parte dessa cultura
autogestionária o investimento em lazer. Se, por um lado, o trabalho e as
decisões estão no centro da sociedade autogestionária, o lazer possui,
simultaneamente, lugar de destaque. No tempo livre, os anarquistas consideram
fundamental a participação em atividades que envolvem esportes, artes, música,
televisão, cinema, teatro, etc., tanto para o descanso, como para a própria
instrução cultural. Os valores citados anteriormente constituem os fundamentos
dessa produção popular e autogestionária do lazer. Evidentemente, os meios de
comunicação defendidos pelos anarquistas são autogeridos, possuem ampla
participação e, pautados nos valores anarquistas, promovem a diversidade e o
pensamento crítico, informando, discutindo, divertindo. A ética promovida
permanentemente por meio dos valores, a educação e o lazer constituem as bases
da cultura autogestionária, essa “nova fé”, capaz de dar a sustentação subjetiva
para a construção do projeto objetivo anarquista.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="edn1">
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> * </span></span><!--[endif]--><a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=9136637324650515574#_ednref1" name="_edn1" title=""></a><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fragmento de leitura do livro “Bandeira Negra:
rediscutindo o anarquismo”, do Felipe Corrêa. É possível baixar o livro completo <a href="https://ithanarquista.files.wordpress.com/2013/01/felipe_correa_rediscutindo_o_anarquismo.pdf" target="_blank">aqui</a> ou comprar <a href="https://ithanarquista.wordpress.com/2014/11/18/compra-de-livros/" target="_blank">aqui</a>. As referências citadas no fragmento estão nos
links que mencionei nas linhas anteriores. Em caso de dúvidas, basta escrever
para <a href="mailto:maikon.jean.duarte@gmail.com">maikon.jean.duarte@gmail.com</a>
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span> Silva
(2005, p. 3), refletindo sobre o papel da cultura no anarquismo, afirmou: “Para
se compreender o movimento anarquista [...] é preciso ter em mente que, apesar
dos homens e mulheres que os configurava serem, em sua maioria, trabalhadores,
não se pode resumir sua atuação ao âmbito sindical. A intensa e inovadora
produção artística e literária sempre foram marcas dos anarquistas. [...] Nas
relações interpessoais, na conduta moral, no trabalho, na educação, nos
contatos afetivos, em todos os campos o anarquismo se manifesta. Ele se pratica
nas ruas, no sindicato, no teatro, na fábrica e em casa. Assim, para além de um
movimento, há uma cultura anarquista.”</span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-29171180310947478482015-06-29T16:55:00.000-03:002015-06-29T17:39:44.447-03:00Dossiê Diga não a redução da maioridade penal.<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%; text-align: justify;"><i>O dossiê reúne diferentes
publicações que abordam a redução da maioridade penal. O conteúdo selecionado
tem objetivo fazer o combate ao projeto de lei que visa reduzir a maioridade
penal. Afinal de contas, os principais atingidos com a redução serão a
juventude mais pobre.</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">O médico Drauzio Varella comenta a
redução da maioridade penal. Eu tenho discordâncias de diversos ponto de vistas
do médico Varella. Porém, Varella tem uma vivência profissional como médico no
sistema carcerário brasileiro. Por isso, é recomendável ouvir o ponto de vista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/BmpWjuXtVZA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/BmpWjuXtVZA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">O site <a href="https://18razoes.wordpress.com/" target="_blank">18 razões para a não redução da maioridade penal</a> concentra várias informações, dados e notícias para
inspirar o debate contra a redução. Clique <a href="https://18razoes.wordpress.com/" target="_blank">aqui</a> para conhecer o material.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">O programa Saúde e Bem estar, da
rádio UDESC FM, entrevistou Nasser Haidar Barbosa, o psicólogo e presidente do
Conselho Carcerário de Joinville. Sugiro clicar <a href="http://www.centrodireitoshumanos.org.br/category/audios/" target="_blank">aqui</a> e ouvir o aúdio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">A Anistia Internacional está com
uma campanha intensa contra a redução da maioridade penal. Uma petição online
com a chamada “Queremos os nossos jovens vivos” é possível assinar clicando
<a href="https://anistia.org.br/entre-em-acao/peticao/chegadehomicidios/" target="_blank">aqui</a>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ojUM3XiP0-w/VZGiLBaGnjI/AAAAAAAABhE/XEH7qHb5Dt8/s1600/10422557_1047799278598126_3999142436647291448_n-704x421.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><img border="0" height="191" src="http://2.bp.blogspot.com/-ojUM3XiP0-w/VZGiLBaGnjI/AAAAAAAABhE/XEH7qHb5Dt8/s320/10422557_1047799278598126_3999142436647291448_n-704x421.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 115%;">“<span style="background: white;">A mídia, os governos e os políticos patronais exploram
exaustivamente casos de violência cometidos por jovens, mas diversas pesquisas
demonstram que, por exemplo nos homicídios, os menores de idade são
responsáveis por apenas 0,5% do total. Por outro lado, nesta campanha pela
“opinião pública”, omitem a verdadeira máquina assassina que há no Brasil, as
polícias, que anualmente matam oficialmente milhares nos chamados “autos de
resistências” e outros milhares quando à paisana e atuando em milícias e grupos
de extermínio.</span>” Leia o artigo completo <a href="http://www.esquerdadiario.com.br/Reducao-da-maioridade-penal-tambem-e-uma-resposta-repressiva-a-Junho" target="_blank">aqui</a>. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="line-height: 115%;">"</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px;">A redução da maioridade penal certamente terá fortes repercussões no número de presos e na disparidade com respeito à capacidade carcerária brasileira. O colapso do sistema prisional público é portanto previsível, se já não uma realidade iminente, uma vez que a redução demandará uma ampliação significativa do aparato estatal (mais policiais, mais escreventes judiciais e juízes, mais Varas Criminais, mais delegacias, fóruns e claro, presídios, que por sua vez demandarão a contratação de carcereiros, faxineiros, serviços de manutenção das unidades etc). Não sendo razoável supor que o Estado brasileiro, a pleno vapor no processo de enxugamento de gastos e medidas de austeridade, terá capacidade de tal ampliação, podemos perguntar: seria este o ensaio geral para a legitimação da privatização do setor, logo mais?" Leia o artigo completo <a href="http://passapalavra.info/2015/04/103596" target="_blank">aqui</a>. </span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-47853651492874840352015-06-24T23:40:00.001-03:002015-06-24T23:41:30.891-03:00Adeus classe média<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><i>A dramaturgia "Adeus classe média" é uma brincadeira que
realizei com estudantes de uma escola pública. Aproveitei a ida do professor e escritor Alberto Ferreira para uma atividade de literatura. Então, tentei adaptar sem nenhuma atividade com
pretensão artística. </i><i>A meninada leu, uns gostaram, a maioria achou chato. Eu deixei duas notas que pede para melhorar o texto, pois na leitura ficou truncada.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ADEUS
CLASSE MÉDIA<a href="file:///E:/Documents/2015/Teatro/Dramaturgias%20-%20MK/ADEUS%20CLASSE%20MEDIA%20-%20REVIS%C3%83O%2028-09-2013.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-size: 18pt; line-height: 115%;">[i]</span></b></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">João Pedro, Cristina e
seu Guilherme <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">CENA
01<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro está com o rosto grudado no rádio
para saber o resultado da loteria. No fundo da cena, Cristina realiza os
serviços domésticos e mantém um olhar de reprovação para João Pedro</span></i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">.
<i>O elenco que não está na cena ficará
sentado a direito da cena</i>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">
(<i>olha pra plateia</i>): Agora está com
essa mania. É chegar do trabalho, que começa beber. Parece que tá com o demonho
no corpo. (<i>olha pro céu</i>) Deus me
livre.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> (<i>concentrado
no rádio</i>): É hoje, muiê...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
ele dessa mania de beber, jogar....<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> (<i>cantarola a
música do Engenheiros do Hawaii</i>): “...ando só/como um pássaro voando/ando
só/como se voasse em bando/ando só/pois só eu sei andar/sem saber até quando/ando
só...”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Vai canta, canta essas músicas do demonho. É melhor acordar. Já tem 20 anos que
você chegou aqui. Não é mais sozinho. Você tem eu e tem Deus. Anda só, que
nada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Ganhamos, ganhamos... Meu Deus do céu. Ganhamos!
Olha, Cristina, vem ver. Me ajuda a conferir que eu to tremendo. Meus Deus do
céu. Ganhamos! Vai, escuta aqui, vai repetir, escuta se é isso mesmo!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Ganhamos, ganhamos... Meu Deus do céu. Ganhamos!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O
casal se abraça. João Pedro vai beijar Cristina.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Não é pra tanto, ainda mais com esse bafo de cachaça<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Nem à noite?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Vou pensar...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>Cantarola</i>)
Hey mãe, eu vou comprar uma guitarra elétrica...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Tú não tem mais (<i>Olha para o céu, como se
estive reproduzindo uma fala divina</i>) idade pra isso. Louvado seja Jesus,
agora vou poder descansar dessa vida ingrata.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>Fala com convicção</i>)
E eu, nunca mais trabalho na vida. Cristina, nunca mais! Eu vou é cantar uns
rocks por aí.... sabe, eu vou é mandar aquele desgraçado...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
...Que desgraçado?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: o patrão! Eu vou mandar pra p....<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Homem, tenha um pouco de respeito.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu vou chegar no serviço e gritar (<i>grita bem alto</i>) Sai de mim seu
demonho!!! <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
(<i>olha ao céu</i>) Deus perdoa esse homem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: E os puxa saco (<i>Pausa, vai o rosto expressa que formula uma ideia muito engenhosa e
vingativa</i>) deuzomelivre.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vamos morar numa casa com
piscina João. Meu sonho! Quero ver essas vizinhas fofoqueiras de queixo caído,
e eu vou convidar só uma vez, hein! Vou convidar elas para irem a nossa casa
nova, dar um chazinho e uns quitutes iguais da casa da patroa e depois mando
embora, para nunca mais voltarem. (<b>O
trecho precisa de mais fluidez na hora de ganhar a “embocadura”. O texto
precisa melhorar</b>)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: E eu vou comprar um carro novinho, zerinho.
Oficina mecânica? Nunca mais! Um carrão com um som de arrepiar, como dos guris
que ficam na ponte...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina:
</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mas
tu não tem mais idade pra isso...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vou até a casa da minha mãe, pegar a estrada por
12 horas para mostrar que venci na vida. Adeus zarcão! Adeus vida de mecânico
em concessionária! Adeus carro velho! (<i>olha
pro público</i>) Adeus dessa classe de fodidos e mal pagos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Louvado seja Jesus.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Temos que dar um dinheiro pra mãe, né?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
É, mas se dermos para sua mãe, vamos ter que dar pra minha irmã Angela.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu não vou dar nada pra aquela zolhuda. Ela só
avacalhou com a nossa vida.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Ah, vai sim! Ela é minha irmã, João. É sangue do meu sangue.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: É, mas na hora de pagar o dinheiro que ela emprestou
pro zoneiro do marido gastar, ela não se lembrou disso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Creia em Deus pai, João, Até quando você vai jogar na minha cara? Atpe o fim da
minha vida?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cristina
fica irritada e vira de costas para o público. João Pedro pensa e resolve pedir
desculpas.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Tá bom, tá bom, meu cheiro. Vamos ajudar todo
mundo. Eu faço questão de dar uns dez mil pra sua irmã. Está bom assim? E dou
quinze mil pra mãe, que tá velhinha, a coitada. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina:</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">
E pro Tio Ulisses? Nós juramos prestar uma ajuda quando as coisas melhorasse...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Que merda, é verdade, agora vamos ter que ajudar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Eu disse para não promoter nada. Deveria ter dito que ia ajudar com um pacote
de arroz, mas só deveíz em quando, mas tu não deixa a oportunidade de prometer
o mundo. Até parece que é aquela Santa Beata lá que ajudava os pobres.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vamos dar cinco mil pro velho, é mais dinheiro que
ele viu em toda vida. Olha, pra quem pescava em São Chico, e aqui, vende rede,
cinco paus é muita grana. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">João
Pedro começa a sair da cena.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Onde tu vai?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vou lá no seu Guilherme dar uma bebemorada. (<i>vai saindo da cena</i>). <o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">CENA
02<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cristina
começa caminhar pela cena, demonstrando alegria e ansiedade.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Cadê o telefone? (<i>Encontra o aparelho
telefônico e disca o número</i>). Oi Mana, tudo bem contigo? Aqui ta ótimo, uma
maravilha. Não, não... ele continua bebendo. Mana... Amanha é um grande dia. Eu
não vou falar agora, amanha eu ligo pra você, mas já adianto que no domingo, eu
quero todo mundo aqui em casa. Tchau. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cristina
começa olhar pela janela lateral e procura por alguém.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Será que a Dona Dominga
está acordada? (<i>Olha para lateral da cena</i>).
O Dona Dominga...tudo bem? (<i>Pausa para
Dona Dominga responder</i>) A senhora sabe se a sua filha ainda quer vender
aquela casona com piscina e tudo? (<i>Pausa
para Dona Dominga responder</i>) Eu quero comprar. (<i>Pausa para Dona Dominga responder</i>) Não farei financiamento, será a
vista, no dinheiro. A senhora me passa o número de telefone dela? (<i>Pausa para Dona Dominga responder</i>) Espera
que vou buscar papel e caneta. (<i>vá até a
mesa do telefone para buscar o papel</i>). Pode falar... Obrigado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Essa veia vai tratar de
contar para todo mundo. Amanha estarão todos por aqui para saber o aconteceu
conosco. Que bom!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">CENA
03<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:<b> </b>(<i>Entra no bar</i>) Pode parar com todos os
trabalhos. Parem com tudo isso que estão fazendo. (<i>Aponta para o rádio e diz impaciente</i>) Desliga, o rádio Guilherme. E
sem pensar duas vezes, pede pra menina fritar mais coxinhas..<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: O que é isso, João Pedro? Já ta possuído pelo cão
da cachaça? Deixa a Cristina já chegou bêbado aqui..<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu sou fiel a minha esposa, (<i>aponta o dedo para o céu</i>) tenho Deus como testemunha...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Deixa o Cara lá de cima de fora disso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: E tenho o velho Zé Maneca, que fica 26 horas na
frente do teu boteco. El vai confirmar que eu só bebo em casa ou aqui. Só
nesses dois lugares. Os meus verdadeiros santuários.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Deixa disso, o homem já não anda. Agora você vai </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">julgar que ele fica observando o movimento?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu não vou fazer esse homem andá. Isso é obra pro
Cara lá de cima que Cristina tanto reza. Mas vou providenciar uma cadeira de rodas
muito massa, vai ter até porta copo de pinga.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu Guilherme</span></b><span style="color: red; font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Tu vai dedicar à vida pros mais necessitados ou (<i>fala arrastado</i>) como aqueles patrões que descem lenha nos peões na empresa que é dono. Mas no dia das
crianças, da páscoa, das crianças e na véspera de Natal chega até aqui para
praticar o espírito da solidariedade? <b>(O
trecho está muito trucado. É preciso melhorar) <o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Como já cantaram “Amanha será um novo dia cheio de
harmonia...”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Aí, meu Deus, vai é virar político desses partidos
nanicos que falam em salvar os pobres.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Nada disso, Seu Guilherme. Eu vou é virar classe
média. Na verdade, eu já virei, só falta o dinheiro cair na conta. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Tú sabe que hoje em dia, ser de classe média é
dever na praça?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Caramba. Há quanto tempo à gente se conhece? Tu
não podes ver um homem feliz que já começa a invejar, a tirar uma casca. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vai começar bate boca? <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Nada disso. Desce uma rodada de gelada pra todo
mundo. E tem mais, pra quem chegar nos próximos cinco minutos, também será por
minha conta. Pode chamar os maconheirinhos da ponte.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Deixa os meninos, é só uma gurizada que ta
procurando algo pra fazer.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Uma ponte como área de lazer é pr `acaba. Eu vou
fazer uma quadrinha de salão e um parquinho aqui, perto da ponte.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Já começou a campanha eleitoral?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>Ignora a
pergunta do Seu Guilherme</i>) Se hoje foi o dia. Amanha será o grande dia. (<i>levanta e saí da cena</i>) No finalzinho do
dia volto pra pagar tudo....me aguardem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">CENA
04<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro está sozinho na cena. Anda nas pontas dos pés</span></i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">.
Demonstra ansiedade. <i>Cristina entra na
cena</i>.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Já acordado?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Não preguei os olhos, quando pegava no sono, eu
acordava com um susto.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Isso é ansiedade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Ansiedade! Deve ser ansiedade pra levar uma vida
decente. Enquanto todo mundo trabalha, trabalha, faz financiamento, paga
prestação e fica devendo cada vez mais.... Eu tive a sorte. Que fortuna me
espera!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Nos espera.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu vou pra fila da Caixa. Não vou esperar até as
onze horas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Mas são setes e meia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Eu vou é agora... (<i>Ele parte sem se despedir</i>)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
E o meu beijo....<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">CENA
05<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cristina
está sozinha em cena. Limpa toda a casa. A intenção da limpeza é para
representar a passagem do tempo. Pode utilizar movimentações para despertar o
riso da plateia. Antes de representar que terminou a limpeza, encontra o
aparelho telefônico e faz uma ligação.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
(<i>ao telefone</i>) Aí menina, eu comprei
umas coisinhas na Magazine, já fiz um pedido especial para um churrasco
comemorativo. Não, a Kombi ainda não trouxe. Comprei só coisa fina, nada de
segunda. Afinal, é um momento especial. Tenha calma, eu vou contar o motivo da
alegria, mas só na festa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pedro
entra na casa em completo silêncio</span></i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">.<b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
(<i>Olha para o céu</i>) Deus do céu. Que
alegria o Senhor me deu.<b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: É bom começar a rezar pela multiplicação do pão. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Eu já fiz o pedido pra comemorar a nossa subida para classe média. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">(João Pedro continua em
silêncio)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Vamos diga, logo, o quanto deu em dinheiro? Cadê? (<i>Procura pelos bolsos do João Pedro</i>) Eu não estou vendo o volume nos
seus bolsos, nem em suas mãos. Meus Deus, deve ser tanto que não teve como
trazer. Vamos, diga logo. Quanto ganhou? Vai me dizer que não ganhou nada?<b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>sem
demonstrar alegria</i>) Sim. Eu ganhei.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
João Pedro pára com isso logo.... Você ta me deixando preocupada. O que foi que
aconteceu na Caixa?<b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>demonstra
preocupação.</i>) Ganhamos!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
O sangue de Jesus tem poder!!!<b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Nós ganhamos. Ganhamos uma fortuna que foi
dividida entre 364 ganhadores. Com a divisão de R$ 18,90 pra gente. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cristina</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
Que droga.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">(<i>Entra o Seu Guilherme</i>)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Seu
Guilherme</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: Vai pagar a conta hoje ou não? <b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">João
Pedro</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">: (<i>olha para
plateia</i>) Adeus classe média.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">FIM<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div>
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span>
Livremente adaptado/inspirado no conto “Adeus Classe Média”, de Alberto
Ferreira, publicado no livro “O cantador de memórias”. </span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-15154422886388316192015-06-23T21:33:00.001-03:002015-06-23T21:46:12.902-03:00A defasagem salarial segundo Maurício Tragtenberg<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-SpTMrLIQwrg/VYn6zwU3J2I/AAAAAAAABgA/wqycQFkMKws/s1600/94041374266522G.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-SpTMrLIQwrg/VYn6zwU3J2I/AAAAAAAABgA/wqycQFkMKws/s200/94041374266522G.jpg" width="139" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O
professor Maurício Tragtenberg foi um crítico radical ao modelo dominante no
mundo. Leu, interpretou, debateu e escreveu como poucos. Deixo um breve
fragmento escrito em 1988, que infelizmente a atualidade é brutal. <o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> “Uma coisa que eu sempre perguntei: por que a
defasagem brutal entre o professor de primeiro e de terceiro grau? É uma
imoralidade social brutal o professor de terceiro grau ganhar 200 a 300% mais
do que o professor de primeiro grau. Isso acaba com qualquer sistema escolar. É
menor a responsabilidade social de uma professora que fica cinco horas com uma
criança do que a do professor que fica comum barbudo de pós-graduação com
aquela angústia da tese? Você, então, é qualificado de acordo com a classe social
a que serve. E qual é a maior glória do professor? Deixar de ser professor.
Isso é o fim! Uma carreira de professor cuja maior glória é deixar de ser
professor! Depois dizem que administração é racional. Se uma organização
estrutura a carreira cujo ápice está na condição de você abandonar a sala de
aula, e quanto mais abandona maior é a prova de que você tem <i>status</i>...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">É terrível! Quando o profissional
ganha salário baixo, o que acontece? A profissão é feminilizada; mixaria é para
mulher. E aí se confunde mãe com professora e o aluno chama a professora de
tia. É uma loucura total, uma confusão de papéis sociais tremendo. E nem se se
fala da professora que cuida das crianças de 0 a 6 anos. Eu, por exemplo,
conheço muitas cidadãs que não são professoras, são pajens. E é tão “atraente”
o salário que uma cidadão voltou a ser faxineira, porque ganha mais fazendo
faxina em casas do que trabalhando com crianças de 0 a 6 anos. E depois vêm me
falar da pré-escola! É uma brincadeira!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Você está numa sociedade capitalista em que tem que pagar tudo. Você não é professor mercenário e até para respirar você paga. Numa economia capitalista, o salário é o elemento central. E num país onde o salário é de escravo, é muito difícil você falar em pedagogia, falar de técnicas de educação, falar de função formativa do professor, do professor como detentor do saber. Não se iludam, não há tanto saber assim para deter. E isso até o terceiro grau.</span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">(...)</span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu percebi uma coisa: que os níveis de remuneração tão diferentes entre os graus têm relação com a classe social, com a clientela a quem se serve. Quanto mais você serve a população mais carente, menos o teu salário tem peso e menos você tem status. Tem muita gente que se envergonha de dizer que é professor de primeiro grau porque ele foi inteiramente desvalorizado durante os últimos anos. E isso não foi somente no período da ditadura. Muito antes já era desvalorizado. E aí se estruturou a carreira cuja glória é deixar de ser professor."<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>O artigo completo está
no livro Educação e burocracia, de Maurício Tragtenberg, Editora UNESP</i>. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-82850197945479768372015-05-22T10:27:00.004-03:002015-05-22T10:31:45.469-03:00Memórias de uma falha. <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><i>Texto inspirado no <a href="http://www.chuvaacida.info/2015/05/sobre-gays-rock-e-alvaras-alucinogenos.html" target="_blank">post</a> de Emanuelle Carvalho no blog Chuva Ácida. </i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Entre 1997 a 2008
estive envolvido com organização de shows punk-hardcore, especialmente ligado à
ética do faça você mesmo. Escrevia zines e mantinha uma pequena distribuidora
local de material independentes com discos, cds, zines e livros políticos.
Neste cenário tentava inserir o debate dos direitos humanos. Eu não estava
sozinho, amigos e amigas pegavam juntos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/WE66nj_bYRU/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/WE66nj_bYRU?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;">Entre algumas pessoas existia a ideia de criar uma cena com uma identidade comunitária, troca de informação, acolhimento, ativismo anti-capitalismo e música. A ideia não se concretizou. </span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;"> </span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;">Os shows eram temáticos, como dia mundial contra o Mc`Donalds, contra o racismo, machismo, homofobia ou contra a guerra do Iraque. Também aconteciam como um espaço de lazer e diversão. Afinal, uma parcela da juventude de classe média e trabalhadora não se encaixava pra colar na Mansão Getúlio, no Coração Melão ou na Metrô.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/AjEwYy-tPR0/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/AjEwYy-tPR0?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;">Na ocasião </span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 18.3999996185303px;">éramos</span><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;"> atacados pelo Estado, que volta e meia fechava os locais shows por conta da falta de documentação ou por reclamações do volume do som. Os ataques também aconteciam de setores do “rock underground” que insistiam em dizer “o meu movimento é a música. foda-se a política” ou “ estes caras são bando de viados”. Estes críticos não percebiam que entre nós os preconceitos estavam presentes, assim como a prepotência e arrogância. O que nos diferenciava era que no rolê existia um ambiente arejado para debater, acusar e até mesmo julgar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/XhKENsLLjcA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/XhKENsLLjcA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">A galera cresceu, uns
deixaram claro que o rolê era uma fase da juventude. Outros continuaram a ouvir
a música e seguir a sua vida de adulto, também tem os que ficaram presos à
imagem. Outros são uns bandos de nostálgicos de algo que não se concretizou. Não posso de esquecer os que adotaram o cinismo ou a adoração ao capital.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/uIaeAznG4-w/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/uIaeAznG4-w?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Volto dizer: não era um
ambiente completamente arejado. No máximo era uma janela para mundo que impõe cercas. Em 2015, o que se tem é um enorme vazio para uma parcela da juventude e dos adultos que
não se encaixam e não aceitam os preconceitos no “rock underground” . A
falha foi não ter acumulado politicamente com intuito de realizar uma
continuidade. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/t_UQYKRN54Y/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/t_UQYKRN54Y?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-69458052771573269612015-04-08T09:36:00.002-03:002015-04-08T09:36:59.058-03:00Sobre a Onda Dura e o Teatro<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu tenho de fazer uma autocrítica sobre
comentário direcionado a Onda Dura e a AJOTE (Associação Joinvilense de Teatro). Eu
escrevi uma mensagem curta e grossa sobre a apresentação da peça “Eu vou
lutar”, da companhia de teatro da Igreja Onda Dura, no Galpão de Teatro da
AJOTE. Eu pouco argumentei, o que motiva uma visão reducionista e de pouco
diálogo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Outra questão fundamental para apontar.
Ao contrário de muitas postagens críticas a Onda Dura, os meus comentários não
são ataques às pessoas que frequentam a denominação religiosa. Eu não questiono
a busca espiritual de cada um, menos ainda vou zombar dos símbolos ou ações da
Onda Dura. Por exemplo, o ato de carregar a cruz. Eu não faço coro com as
“piadas” publicadas nas redes sociais, inclusive por pessoas identificadas com
os temas dos direitos humanos. Afinal, a liberdade religiosa tem que ser
garantida. Porém, respeitar a liberdade não significa fechar os olhos para os
efeitos das práticas religiosas na sociedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ontem (07/04), circulou a divulgação nas
redes sociais da programação do Galpão de teatro da Ajote. O meu estranhamento
foi encontrar a peça “Eu vou lutar”, da Onda Dura, na programação. Eu não sou
associado da AJOTE, mas sou um frequentador e entusiasta do papel político e
artístico que a AJOTE pode exercer na cidade. Por isso, apresento os meus
questionamentos contrários ou favoráveis. Se a AJOTE vive a cidade, precisa dialogar
e ouvir o que positivo e o que é negativo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No meu ponto de vista é um erro
abrir espaço para uma manifestação religiosa no espaço público do teatro. É
contraditório. O teatro não tem espaço na cidade, a Onda Dura tem uma grande
sede. O teatro não tem dinheiro para sua produção independente e autoral, a
Onda Dura tem dinheiro. O teatro é um espaço de questionamento dos valores
morais, éticos, políticos, sociais e religiosos, a Onda Dura não defende os
direitos das mulheres e os temas dos direitos LGBT.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Onda Dura não pode fazer teatro?
É claro que pode. O problema é que o uso de diferentes linguagens artísticas
pela Onda Dura interfere na cultura dos direitos humanos, como os direitos das
mulheres e LGBT. A Onda Dura tem por hábito chegar de leve, de mansinho. Foi
assim na arte de rua, na música e na dança. Hoje, é um problemão debater
assuntos pertinentes aos direitos humanos nas linguagens artísticas citadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É um debate político necessário e
urgente, não é um ataque pessoal! A hora é agora, abrimos os nossos corações, ouvidos
e bocas para pensar os rumos da cidade ou continuaremos votado em político X ou
Y, respondendo as necessidades da ACIJ ou CDL e ao conservadorismo defendido
pelas lideranças religiosas. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Amor e rebeldia!<o:p></o:p></span></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9136637324650515574.post-31541042613063436462015-03-28T16:20:00.000-03:002015-03-28T16:21:14.873-03:00É greve: as greves por imagens. <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">As/os trabalhadores/as em educação
na rede estadual de ensino estão em greve. Pelo <a href="http://sintejoinville.blogspot.com.br/" target="_blank">blog</a> e <a href="https://www.facebook.com/sinte.joinville.7?fref=ts" target="_blank">facebook</a> da entidade é
possível acompanhar a luta da categoria. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em homenagem a luta das/os
companheiros/as da educação, faço a postagem com imagens das classe trabalhadora em outros tempos e lugares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O ano de 1917 foi marcado por uma
grande greve geral que mobilizou várias cidades brasileiras, inclusive
trabalhadores em Joinville /SC paralisaram para reivindicar melhores condições de
vida. A mobilização foi marcada por forte influência do anarquismo e do sindicalismo revolucionário. O dia 09 de julho foi marcado pelo assassinato
pela polícia do companheiro sapateiro e anarquista José Martinez. A fotografia
apresenta a grande manifestação dos/as trabalhadores/as pelas ruas de São
Paulo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-hrnI0nca7nY/VRb83mpuLHI/AAAAAAAABbg/LfRlj47yUrQ/s1600/greve-1917.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-hrnI0nca7nY/VRb83mpuLHI/AAAAAAAABbg/LfRlj47yUrQ/s1600/greve-1917.jpg" height="226" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Jules Grandjouan (França,
1875-1968) foi um artista visual ligado ao sindicalismo revolucionário no seu
país de origem. Muito do seu trabalho era representativo do contexto que
atuava. Ativo colaborador de diferentes revistas da sua época, como A Guerra
Social, A Batalha Sindical e outras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-W9XcglrUMgA/VRb8_FFHiTI/AAAAAAAABbo/JihbkHXJtXQ/s1600/greve-grandjouan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-W9XcglrUMgA/VRb8_FFHiTI/AAAAAAAABbo/JihbkHXJtXQ/s1600/greve-grandjouan.jpg" height="320" width="257" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">A entidade sindical <a href="http://www.iww.org/" target="_blank">IWW</a> (EUA, 1905) não pode ficar de
fora. Afinal, Trabalhadores Industriais do Mundo (Tradução tosca de “Industrial
Workers of the World”) marcou o imaginário sindicalista com o seu gato negro.
Segundo Larry Portis, “<i>Esse felino
misterioso, desde aurora dos tempos, inspirou o temor, seja por sua
identificação maléfica com a feitiçaria (...). Os I.W.W. escolheram o gato
negro para exibir sua vontade, sua determinação e sua rebelião: nas lutas
contra os poderes estabelecidos, é preciso mostrar suas garras para ser um
movimento respeitado</i>.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-n2SMfwXkfIo/VRb9DWmJj2I/AAAAAAAABbw/3CkMVcLFnMI/s1600/250x372xBlackCat2.jpg.pagespeed.ic.l3BPuhjbaB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-n2SMfwXkfIo/VRb9DWmJj2I/AAAAAAAABbw/3CkMVcLFnMI/s1600/250x372xBlackCat2.jpg.pagespeed.ic.l3BPuhjbaB.jpg" height="320" width="215" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><a href="http://www.drooker.com/" target="_blank">Eric Drooker</a> (EUA, 1958) é um artista contemporâneo conhecido nos
círculos de esquerda. Afinal, é comum encontrar suas ilustrações reproduzidas
em artigos sobre censura X liberdade de expressão, mulheres e direito à cidade.
Drooker é o cara que cuidou da ilustração do poema <a href="http://www.tanto.com.br/ginsberg.htm" target="_blank">Uivo</a>, do contestador beat
Allen Ginsberg. No contexto do movimento <a href="http://occupywallst.org/" target="_blank">OCUPPY</a>, Drooker criou um cartaz que a
IWW se prontificou em disponibilizar para baixar em vários idiomas (aqui).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-KXXOwcoBjxo/VRb9QBGotSI/AAAAAAAABb4/XEGZVHe8kbw/s1600/Spanish.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-KXXOwcoBjxo/VRb9QBGotSI/AAAAAAAABb4/XEGZVHe8kbw/s1600/Spanish.jpg" height="320" width="207" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
.http://www.blogger.com/profile/17834884718567382769noreply@blogger.com0