Texto
originalmente publicado na página do Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça
Bráz (aqui).
Um
dia para dizer Ditadura Nunca Mais!
A luta contra a ditadura
civil-militar (1964-1985) nunca deixou de acontecer, mesmo nos anos da
ditadura. No final da década de 1970 até o momento, coletivos e movimentos
sociais reivindicam o direito à memória, à verdade e à justiça. No momento,
pouco o Estado brasileiro realizou para fazer justiça punindo quem realizou o
golpe de 1964 e as violações de direitos humanos.
Em Santa Catarina, resultado da
pressão popular organizada em torno do tema, o dia 1º de abril foi decretado
como Dia Estadual do Direito à Memória e à Verdade, como consta na Lei Nº
16.549, assinada pelo governador Raimundo Colombo. A luta organizada arrancou
do governador Colombo um dia para lembrar os homens e as mulheres que
combateram os tempos sombrios para milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
Ao contrário do tom irônico que a
escolha da data foi abordada pela crônica política catarinense, o 1º de Abril
visa combater a perspectiva que o Estado brasileiro escamoteia. A Lei do Dia da
memória e verdade abre espaço para inserir no âmbito escolar os seguintes
pontos da história;
A) A ditadura como resultado de um
golpe articulada por setores civis e militares para atender as demandas da
classe dominante.
B) A ditadura realizou diferentes
métodos de torturas, sequestros e violações de direitos humanos contra a
humanidade.
C) Em Santa Catarina a repressão
também aconteceu, inclusive com setores civis catarinenses beneficiados com
agentes, assim como o povo catarinense resistiu aos tempos sombrios.
D) É possível debater as
permanências da ditadura no período democrático, como a repressão ao movimento
sindical, estudantil e social, assim como as violações realizadas pela Polícia
Militar de Santa Catarina. Cabe à equipe pedagógica nas Escolas, assim como a Secretária
da Educação de Santa Catarina, fornecer preparação para educadores e educadoras
para atuar com o tema. Os direitos humanos são os norteadores para o trabalhar
o tema. Neste sentido, os projetos e aulas deverão refletir e agir em defesa de
toda vida humana, independente da fé religiosa, orientação ideológica,
nacionalidade, sexualidade no intuito claro de combater as opressões.
O Centro dos Direitos Humanos Maria
da Graça Bráz, entidade fundada no combate a Ditadura Civil-Militar, está
disposta a dialogar com educadores e educadoras sobre o tema, cobrar do Estado
a formação, estimular os sindicatos e as entidades do movimento estudantil para
pensar e agir em torno da memória e da verdade, tendo como norte arrancar a
justiça com a punição dos violadores de direitos humanos nos 21 anos de ditadura
civil-militar.
Como escreveu Malatesta, “Ao
trabalho, companheiros! A tarefa é grande. Ao trabalho todos!
Maikon Jean Duarte é professor de
História e diretor do Colegiado do Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça
Bráz
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