segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pular (ou:passar por baixo) catraca: uma ação direta para um direito conquistar.

Reproduzo um breve texto publicado no site À margem (aqui). A fotografia ao lado é do Marcus, do Coletivo Metranca. A proposta é estimular a ação de todos e todas na luta popular contra a tarifa. 

Pular (ou:passar por baixo) catraca: uma ação direta para um direito conquistar.

Depois de uma jornada de trabalho, um jovem trabalhador diz: “Pula a catraca hoje, paga a tarifa amanhã”. Eu estava cansado, sem forças mentais para debater o assunto com o jovem trabalhador, nem o seu nome o conhecia. Faltou iniciativa da minha parte, mas tento suprir o meu descuido com o debate com o presente texto que as letras formam na frente dos seus olhos, meu caro leitor e minha cara leitora.
A história das conquistas sociais nos últimos 200 anos está marcada por pequenos gestos e ações organizados e espontâneos:
A rebeldia necessária de cada dia que se manifestou em piquetes grevistas em Chicago, por volta de 1886, para exigir 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso;
O levantar dos povos originários da América Latina que levantaram as suas vozes e braços contra o colonialismo;
A insurgência de trabalhadores/as contra a carestia da vida, condições de trabalho e os péssimos salários nas greves de 1917;
A permanência da trabalhadora negra Rosa Parks no banco de ônibus destinado ao uso exclusivo de brancos;
A insistência para derrubar a opressão contra a comunidade LGBT em Stonewall;
A força de operários e operárias contra a ditadura na Joinville de 1970.
Os gestos e ações são demonstrações de ataques diretos aos anseios de riqueza dos pequenos grupos concentrados na classe dominante. Ao pular a catraca você ataca diretamente o acúmulo de riquezas das empresas, da ACIJ, da CDL e da Prefeitura.
Ao pular a catraca você traz o protagonismo da ação política para si. É a ação direta em suas mãos. Pular a catraca solitariamente é um risco para sua integridade física, é claro. Mas para evitar este problema, tomar parte da organização dos atos catraqueiros com os movimentos existentes ou com seus companheiros e suas companheiras de trabalho e de estudo, assim como o registro dos atos catraqueiros, é um estimular para rebeldia avançar frente à cidade segregada por catracas.
* Maikon Jean Duarte é militante do Coletivo Anarquista Bandeira Negra, que integra a Coordenação Anarquista Brasileira, e também atua no Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz

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