Reproduzo um breve texto publicado no site À margem (aqui). A fotografia ao lado é do Marcus, do Coletivo Metranca. A proposta é estimular a ação de todos e todas na luta popular contra a tarifa.
Pular (ou:passar por baixo) catraca: uma ação direta para um direito conquistar.
Depois de uma jornada de
trabalho, um jovem trabalhador diz: “Pula a catraca hoje, paga a tarifa
amanhã”. Eu estava cansado, sem forças mentais para debater o assunto com o
jovem trabalhador, nem o seu nome o conhecia. Faltou iniciativa da minha parte,
mas tento suprir o meu descuido com o debate com o presente texto que as letras
formam na frente dos seus olhos, meu caro leitor e minha cara leitora.
A história das conquistas
sociais nos últimos 200 anos está marcada por pequenos gestos e ações
organizados e espontâneos:
A rebeldia necessária de cada
dia que se manifestou em piquetes grevistas em Chicago, por volta de 1886, para
exigir 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso;
O levantar dos povos
originários da América Latina que levantaram as suas vozes e braços contra o
colonialismo;
A insurgência de
trabalhadores/as contra a carestia da vida, condições de trabalho e os péssimos
salários nas greves de 1917;
A permanência da trabalhadora
negra Rosa Parks no banco de ônibus destinado ao uso exclusivo de brancos;
A insistência para derrubar a
opressão contra a comunidade LGBT em Stonewall;
A força de operários e
operárias contra a ditadura na Joinville de 1970.
Os gestos e ações são
demonstrações de ataques diretos aos anseios de riqueza dos pequenos grupos
concentrados na classe dominante. Ao pular a catraca você ataca diretamente o
acúmulo de riquezas das empresas, da ACIJ, da CDL e da Prefeitura.
Ao pular a catraca você traz o
protagonismo da ação política para si. É a ação direta em suas mãos. Pular a
catraca solitariamente é um risco para sua integridade física, é claro. Mas
para evitar este problema, tomar parte da organização dos atos catraqueiros com
os movimentos existentes ou com seus companheiros e suas companheiras de
trabalho e de estudo, assim como o registro dos atos catraqueiros, é um
estimular para rebeldia avançar frente à cidade segregada por catracas.
* Maikon Jean Duarte é
militante do Coletivo Anarquista Bandeira Negra, que integra a Coordenação
Anarquista Brasileira, e também atua no Centro dos Direitos Humanos Maria da
Graça Bráz
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